Pela primeira vez, será comemorado em Santos, o DIA INTERNACIONAL E MUNICIPAL DO JAZZ, que ocorre no dia 30 de abril, quinta-feira, a partir das 19 horas, no Teatro Guarany, localizado na Praça dos Andradas, 100, Santos, com entrada gratuita. A abertura do evento, acontece uma hora antes dos shows programados, 18 horas, na Praça Mauá, com a realização de um cortejo pelas ruas do Centro Histórico
A data comemorativa, que celebra o Dia Internacional do Jazz, em diversas partes do planeta, foi criada em novembro de 2011, pela Agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO.
Em Santos, foi instituída através de Lei Municipal nº 2.973, de 14 de março de 2014, que inclui no Calendário Oficial do Município, a Semana do Jazz, comemorada sempre de 24 a 30 de abril.
Vamos defender e reforçar, em nossa cidade e região, “as virtudes do Jazz como instrumento educativo e como força de paz, de diálogo e cooperação entre os povos”, como defende o seu patrono e embaixador da Boa Vontade da entidade, o grande pianista Herbie Hancock.
O Jazz nasceu nos Estados Unidos, na cidade de Nova Orleans, no início do Século XX, no encontro de ritmos africanos e a música dos americanos de origem europeia.
As origens do Jazz e da música brasileira são as mesmas, provenientes da cultura negra trazida pelos escravos africanos, originários das mesmas regiões da costa ocidental do continente africano.
Sabe-se que a primeira apresentação de Jazz noticiada em Santos, realizou-se no ano de 1918, na mesma época do primeiro concerto de uma “jazz band” em Paris. Portanto, Santos foi uma das primeiras cidades do mundo a receber os acordes do jazz.
Harry Kosarin, músico internacional, e sua “jazz band” se apresentaram no “Miramar” (espaço cultural da época aberto ao público de 1892/1934 – que se situava na esquina da atual Av. Bartolomeu de Gusmão com a Av. Conselheiro Nébias).
Depois disso temos notícia de vários movimentos, “jam sessions” e reuniões culturais que eram realizadas nas casas particulares, audição de discos e programas de jazz apresentados nas rádios da cidade.
Em 1956, foi fundado o Jazz Clube de Santos que reuniu um grupo de amigos, de uma forma mais organizada. Depois de uma parada na metade da década de 60 o clube foi reorganizado em 1987, mantendo suas atividades até o ano de 1990.
Em 2015, as comemorações globais começarão na cidade de Paris, na França, onde será realizado um grande concerto. E as homenagens vão se espalhar por diversas cidades do planeta.
O evento em Santos tem como objetivo reunir pessoas interessadas em celebrar e aprender mais sobre a sua história, suas raízes e o seu importante papel de comunicação. Possibilita também que as gerações mais novas possam conhecer melhor o Jazz, de uma forma acessível, popular, alegre e festiva.
Vão se apresentar as bandas “Jazz Walkers”, “Ricardo Baldacci Trio” e os “Lindy Hoppers”, “Mauricio Fernandes Quarteto” e a “Traditional Jazz Band”.
Recriando a atmosfera mágica da cidade americana de Nova Orleans, considerada como o berço do Jazz, a abertura do evento acontece na Praça Mauá, 18 horas, com o cortejo liderado pela banda de rua, “Jazz Walkers”, que vai caminhar pelas ruas do centro histórico, passando pelas Ruas Cidade de Toledo, do Comércio e XV de Novembro, indo em direção ao Teatro Guarany, ponto final da apresentação.
O evento é uma realização da Rádio Jornal da Orla / Digital Jazz e conta com o apoio do Jornal da Orla, Prefeitura Municipal de Santos, Secult, Soléo Pianos e Restaurante Almoço por Andre Ahn. Imperdível !!!
Charlie Parker With Strings – “The Master Takes”
O saxofonista Charlie “Bird” Parker é uma das lendas mais importantes da história do Jazz.
Sua música é, até os dias atuais, referência sob todos os aspectos. Revolucionou a sonoridade do seu instrumento e ele pode ser considerado como o maior mestre na arte do improviso.
Particularmente gosto muito da sua fase mais melódica e por essa razão resolvi destacar o CD “The Master Takes”, lançado em 1995, pelo Selo Verve Records e que reuniu, sob a supervisão do genial Produtor Norman Granz, suas gravações antológicas ao lado de uma orquestra de cordas, feitas entre os anos de 1947-1952.
Um trabalho primoroso e indispensável, que tem uma sonoridade marcante e arranjos surpreendentes.
No total são 24 músicas, com destaque para os temas: “Just Friends”, “Laura”, “Dancing In The Dark”, “Autumn In New York”, “Stella By Starlight” entre outros preciosos registros.
Merecem registro a participação de seus cúmplices Ray Brown, no contrabaixo, Buddy Rich na bateria e Stan Freeman e Bernie Leighton no piano, além de uma super e afinada orquestra de cordas conduzidas por Jimmy Carrol e Joe Lipman.
Não deixe de ouvir essas gravações marcantes deste músico que teve uma vida meteórica e conturbada de apenas 35 anos.
Só fico imaginando se ele tivesse vivido por mais tempo, o quanto que ele ainda teria produzido e principalmente surpreendido musicalmente a todos nós.
Coisas que só acontecem com os gênios. E Charlie Parker é, sem dúvida, um dos gênios do Jazz.
The Dave Brubeck Quartet – “Time Out”
Este disco do pianista Dave Brubeck também é considerado como um dos discos de Jazz mais importantes de todos os tempos.
Brinco ao dizer que o tema “Take Five”, de autoria do saxofonista Paul Desmond, se tornou um verdadeiro hino do Jazz.
E, graças a esta gravação, o quarteto de Dave Brubeck se transformou em campeão absoluto de vendas na época.
E ajudou a perpetuar sua sonoridade até os dias de hoje, virando referência obrigatória para todos aqueles que querem conhecer um pouco da história do Jazz.
Foi lançado no ano de 1959, pelo Selo Columbia/Legacy, gravado no mítico estúdio montado dentro de uma antiga igreja na Rua 30, em Nova York e por onde também passaram, entre outros, o trompetista Miles Davis e o contrabaixista Charles Mingus.
O genial Paul Desmond no sax alto, Eugene Wright no contrabaixo e Joe Morello fizeram parte desta formação que também virou referência de sonoridade.
E, depois de tanto tempo, é curioso lembrar que este disco, na época, quase não foi lançado. Chegou às lojas contra a vontade de quase todos os executivos da gravadora.
Tinha tudo para dar errado, segundo eles. Uma sonoridade diferente, uma capa também pouco usual e todas as sete faixas eram de autorais, sem nenhum “standard” conhecido.
Enganaram-se redondamente, pois o público já estava preparado para receber uma nova forma de tocar e transformou o disco em recordista de vendas.
É um dos meus discos favoritos, e ouvir o The Dave Brubeck Quartet é sempre um grande prazer.