A cidadania é a capacidade de tomar decisões de forma esclarecida. É ter ciência do que é seu direito, mesmo que ainda não expresso em lei. Quando se trata dos cuidados com a saúde, é ser capaz de entender o que se passa em seu corpo e qual o resultado esperado dos procedimentos que serão aplicados em você. Em relação aos medicamentos, é saber das potencialidades e limitações que se pode esperar da aplicação de um fármaco.
A questão é tão séria que a Agência Europeia de Medicamentos, similar a nossa Anvisa, tem normas estritas sobre como as informações serão processadas nas 22 línguas faladas no território da União Europeia. Há uma comissão que analisa as traduções. Do mesmo modo, a FDA, a agência americana, também monitora as informações e as disponibiliza informações ao público leigo. O Ministério da Saúde brasileiro mantém, em seu portal, várias informações sobre saúde porém, é comum a informação estar “fora do ar”.
A informação precisa ter algumas qualidades. A primeira delas, obviamente, é ser verdadeira. Infelizmente, falsas informações circulam em nosso meio, criando problemas graves. A propaganda de medicamentos é regulada por normas da Anvisa, mas muitos medicamentos não autorizados são divulgados em programas de TV ou pela internet. Esses medicamentos prometem “mundos e fundos” sem nenhuma comprovação científica.
Outra preocupação ao divulgar uma informação é que a mesma precisa ser inteligível. A população leiga, mesmo a mais escolarizada, pode ter dificuldades em entender alguns termos ou processos relacionados à saúde. Porém, é necessário se fazer a “transposição didática”, ou seja, transformar o conhecimento científico em objeto de ensino. As bulas, em função de novas regulamentações, está mãos didática e acessível.
Um terceiro aspecto sobre a informação é fato de ser necessário vencer barreiras culturais. Por exemplo, nem sempre é necessário controlar a febre ou a inflamação, por estas fazerem parte do processo de defesa do organismo. Mas já se criou um temor generalizado e infundado, o que pode comprometer a recepção de informação correta. De geração em geração, combate-se de forma inadequada esses sintomas. Pode acontecer que algumas informações são disseminadas devido a interesses econômicos e comerciais. O temor da doença induz maior consumo de medicamentos, muitas vezes desnecessário!
E onde buscar informações? Há vários Centro de Informações sobre Medicamentos espalhados pelo Brasil. Muitos deles são ligados às universidades ou associações profissionais. Você poderá acessá-los eletronicamente. Não deixe de fazê-lo! Outro espaço é o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumido, o qual mantém portal com notícias.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.