
Há muitos anos atrás uma astrônoma britânica deu uma entrevista, que foi alardeada por toda a imprensa no mundo, dizendo que a Astrologia não considerava o signo Esculápio (na constelação de Ophiuchus) e que esse era um dos motivos dos astrólogos estarem praticando algo inexato. Acreditamos que, na época, um dos maiores motivos deveria ter sido porque a Astrologia estava crescendo muito em seu país e talvez estivesse incomodando a comunidade astronômica. Mas foi bastante importante o seu comentário em função de podermos informar como nós astrólogos realmente trabalhamos.
Na verdade muitos profissionais de Astrologia não ficam sequer chateados quando essas entrevistas são alardeadas, porque podemos cada vez mais fazer exposição de nosso trabalho e, principalmente, apresentar a seriedade que nós astrólogos temos ao escrever sobre o tema, informar, lecionar ou realizar uma consulta particular.
A exposição que ela e outros fazem mostra a total falta de conhecimento do que é a Astrologia, misturando as coisas e confundindo a população que desconhece como funciona a base técnica. Esse tema já foi capa da extinta revista Manchete e desde essa época temos que nos posicionar. Imagine caro leitor o trabalho que dá para as Escolas sérias de Astrologia de todo o mundo, além dos Sindicatos e Associações?
A questão é simples: signos e constelações são completamente diferentes. A Astrologia tradicionalmente veiculada nos meios de comunicação é baseada no Zodíaco fixo e Simbólico, também conhecido como Tropical ou Intelectual, dividido em 12 partes iguais (signos) com 30 graus cada um, o que não corresponde ao tamanho real das Constelações que dão nome a esses signos.
Portanto, quando se diz que uma pessoa nasceu sob o signo de Gêmeos, estamos analisando o movimento aparente do Sol por essa faixa zodiacal. É de causar espanto que a existência da Constelação de Ophiuchus seja propagada somente agora como sendo uma grande descoberta, pois é conhecida por astrônomos e astrólogos há muito tempo.
Como bem expõe a astróloga Celisa Beranger em seu artigo “Constelações e Signos”: “A Astrologia Ocidental, que tem suas origens na Mesopotâmia, fixou os equinócios e solstíscios, os quatro pontos cardeais celestes, no zero dos signos ditos cardinais Áries, Câncer, Libra e Capricórnio. Esta fixação desvinculou os signos das Constelações, porque passou a não considerar o movimento do ponto equinocial vernal, ou seja, a precessão dos equinócios, que é a lenta movimentação do eixo da Terra, em forma de cone levando cerca de 26.000 anos para completar uma volta. O ponto equinocial vernal é o cruzamento do caminho aparente do Sol, Eclíptica, com a linha do Equador. No dia 20 de março, em seu caminho aparente, o Sol cruza o ponto vernal passando do Hemisfério Sul para o Norte. Para a Astrologia Tropical este ponto é fixo no grau zero do signo de Áries, enquanto a Astrologia Sideral (sider=estrela) não considera o ponto vernal como fixo, mas sim movimentando-se através das Estrelas, ou seja, utiliza a precessão dos equinócios”.
Muito espaço é aberto para pessoas que não são do ramo falar daquilo que não entendem. Na atualidade, com a internet, a desinformação existe e ganha proporções imensas. E as notícias continuam como que já entramos na Era de Aquário (?), ou que você está vivendo o seu Inferno Astral nos trinta dias que antecedem o seu aniversário (?) ou ainda que você só viverá plenamente o seu Ascendente depois dos 30 ou 40 anos de idade (?) ou que Marte estará em sua máxima aproximação da Terra no mês de agosto (?).
Enfim, se você quer saber mais sobre essas informações, procure locais, grupos, escolas credenciadas e reconhecidas e faça um curso de astrologia sério.
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