Envelhecer, em um rol de mudanças, também significa perder gradativamente as funções orgânicas. Não há como fugir disso. O fígado, os rins, os músculos, o coração, os vasos sanguíneos e todo o resto vai perdendo, dia a dia, sua potencialidade. É sabido que o estilo de vida pode acelerar ou retardar esse processo. Para um bom envelhecer, é preciso boa alimentação, atividade física constante, não fumar e manter atividades de lazer. Se desejar consumir álcool, isso deve ser feito com moderação. Também é preciso ter vida social.
Por outro lado, há muito se procura uma “fonte da juventude”. Vários medicamentos diferentes já se tornaram moda e depois caíram em desuso por não realizar o que dele se pretendia. Atualmente, novas informações sobre substâncias que poderiam prolongar a vida estão surgindo. Essas substâncias estão sendo chamadas de senolíticas ou destruidoras de células envelhecidas ou senescentes. Mas é preciso cuidado!
Dentre as novidades, alguns suplementos, estão propondo agir na manutenção dos telômeros, que são estruturas protetoras do DNA. Como é sabido, o DNA contém todas as informações genéticas que garantem a individualidade do ser, além de todo o funcionamento orgânico. Na renovação celular, o DNA precisa ser duplicado, reduzindo a cada vez uma parte do telômero até um ponto que compromete a divisão celular. Com isso envelhecemos como um todo por não conseguir repor adequadamente novas células.
Novos produtos já estão sendo vendidos com a promessa de que conseguem reconstituir o telômero e, portanto, retardar a perda de vitalidade. E as pesquisas continuam. Neste ano, um grupo de pesquisa apresentou resultados de estudos do envelhecimento em camundongos, associando dois medicamentos que já estão no mercado. Os medicamentos, um antineoplásico (usado contra o câncer) e um antioxidante, com propriedades anti-inflamatórias e antineoplásicas, dentre outras, seriam capazes de destruir as células senescentes, ou seja, aquelas que não conseguem mais se duplicar, gerando ganho na qualidade de vida. Mas ainda são necessários experimentos em seres humanos, principalmente porque as reações adversas dos antineoplásicos são muito drásticas.
Os autores desse trabalho alertam que ainda são necessários muitos testes para verificar-se a possível interferência de outras doenças associadas, o nível da função imunológica, além de outros fatores. Não acredite em medicamentos milagrosos, eles não existem.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.