Milhões de brasileiros estão irritados, muito irritados, com o governo Dilma Rousseff. Na verdade, não são poucos os que, mais que irritados, estão revoltados e indignados com a roubalheira escancarada na Petrobras, nossa maior estatal, e com o estelionato eleitoral de que o país foi vítima na última campanha presidencial. Não bastasse tudo isso, integrantes do governo e do PT se comportam como agentes provocadores, estimulando confrontos desnecessários, ao responsabilizar “a elite branca” pela crise que foi gerada pelo ventre do Palácio do Planalto. Tal atitude apenas acirra os ânimos de setores mais radicais que exigem a saída da presidente.
Goste-se ou não do governo Dilma, e as pesquisas indicam uma erosão nas taxas de aprovação da presidente, o fato é que vivemos em um regime presidencialista e, até o momento, não existem provas concretas que indiquem o envolvimento direto da chefe da Nação com as falcatruas realizadas na Petrobras. Não há, portanto, do ponto de vista jurídico, razões para se aprovar o impeachment de Dilma.
Não faz muito tempo que os brasileiros, por ampla maioria, optaram pela manutenção do regime presidencialista. Vivêssemos em um regime parlamentarista o governo já teria caído. Não é o caso. O Jornal da Orla entende que as manifestações populares, realizadas de forma pacífica, são salutares ao processo democrático e um instrumento legítimo de pressão para que os governantes, quaisquer que sejam eles, corrijam seus erros e adotem medidas que garantam o bem-estar e mais qualidade de vida para a população.
Os leitores que nos acompanham sabem que o Jornal da Orla tem sido crítico dos governos petistas. Consideramos que o Sr. Lula da Silva é o maior responsável pela crise, pois aparelhou o Estado e adotou medidas irresponsáveis cuja conta agora é apresentada a milhões de brasileiros. Sua afilhada, Dilma Rousseff, tem sido arrogante, incompetente e incapaz de dialogar, até o momento, com amplos setores da sociedade. Tudo isso foi dito na campanha eleitoral, mas os brasileiros, ainda que por pequena maioria, a escolheram para mais um mandato. E a regra do jogo diz que ela deve ficar no cargo até 31 de dezembro de 2018.
Consideramos, portanto, que tirar a presidente do cargo, neste momento, significa um golpe não contra Dilma e o PT, mas contra a democracia, um bem precioso demais e que deve estar muito acima de pessoas e de partidos políticos.