Diz o ditado que na vida é preciso ter competência e sorte. Os últimos acontecimentos políticos revelam que o deputado federal Beto Mansur (PRP) tem as duas coisas. Do contrário, jamais teria chegado ao cargo atual, de 1º secretário da Mesa Diretora da Câmara Federal, que o transforma num dos políticos mais influentes do Parlamento brasileiro.
Para quem não sabe, o cargo de 1º secretário faz de Beto numa espécie de “prefeito” da Câmara Federal, pois cabe ao titular resolver questões administrativas e decidir sobre os principais cargos da Casa.
E como Beto Mansur chegou lá? Foi uma mistura de competência política, articulação e sorte. Até no dia anterior à sua indicação, ele brigava por um cargo de menor importância no Legislativo. A vaga de 1º secretário seria ocupada por um parlamentar de outro partido, mas o PDT fez uma trapalhada, perdeu o horário de formalizar o apoio acertado, numa daquelas confusões sem muita explicação – na política e na vida. E o cargo caiu no colo do Beto.
Bom para a região
Para a Região Metropolitana da Baixada Santista o episódio foi bastante positivo. Afinal, Beto Mansur, que já tinha ajudado prefeituras da Baixada a conseguir verbas do PAC (agora ameaçadas de corte em função da crise econômica), terá mais força política para fazer com que os recursos cheguem e que os projetos não sejam interrompidos. E alguns deles são fundamentais para toda a região, e também para o país, como, por exemplo, o que amplia os acessos para a entrada de Santos..
Bombril lá!
Tão logo foi eleito para o cargo, Mansur ligou e convocou seu velho amigo Julio Eduardo dos Santos, conhecido como Julio Bombril, para ocupar um cargo de confiança na 1ª secretaria. Bombril, que já ocupou o cargo de secretário nacional de Transportes e da Mobilidade Urbana no governo Dilma, por indicação do próprio Beto, viajou para Brasília na manhã de segunda-feira (2).
Bombril vinha assessorando informalmente o prefeito Paulo Alexandre Barbosa e agora será uma espécie de gerente da Câmara Federal, que tem um orçamento anual da ordem de R$ 5,5 bilhões.
A volta por cima
Beto Mansur, vale recordar, não teve uma votação expressiva e só conseguiu o quinto mandato na Câmara Federal na esteira da expressiva votação de Celso Russomanno, que puxou ao Parlamento alguns colegas da legenda. Mas, bom articulador, competente politicamente e muito sortudo, hoje Beto tem muito mais influência no Congresso que o campeão de votos que o ajudou a se eleger. Foi Beto quem leu a mensagem da presidente Dilma ao Parlamento, no início dos trabalhos, para todo o país, com direito a horário nobre no Jornal Nacional. A vida é assim.