De rodinha, bordada, com a estampa do astro ou do personagem de desenho animado do momento, com cores vivas e atraentes, as mochilas podem ser as grandes vilãs da saúde das crianças e adolescentes. O uso indevido é a razão de muitos quadros de dores na coluna, por isso o médico fisiatra da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, Carlos de Alexandrino Brito Junior, ressalta que a escola, os pais e os alunos devem trabalhar juntos para evitar problemas.
“Não adianta o professor checar o peso das mochilas escolares se os pais não estiverem sensibilizados, não é somente a questão do peso, é a qualidade do produto, como ele se ajusta junto ao corpo do estudante. Esses detalhes, que muitas vezes passam desapercebidos, podem ser determinantes para uma vida mais saudável”, alerta. O uso incorreto das mochilas escolares pode acarretar em desvio da postura da coluna vertebral, como cifose, lordose e escoliose. Pode também, em alguns casos, levar a problemas cardiorrespiratórios e aumento da pressão arterial.
Além de fiscalizar o peso diariamente, os pais devem atentar para a qualidade do material, para a altura das alças ou então o comprimento do apoio, em caso de ela ser de rodinhas. Confira no quadro ao lado algumas dicas:
USO CORRETO DAS MOCHILAS ESCOLARES
Evite levar brinquedos e artigos desnecessários para a escola. Leve os alimentos em uma lancheira.
Atente para o material escolar necessário somente para as matérias do dia, verifique a grade horária diariamente. Sempre que possível, opte pelo uso de folhas avulsas de um fichário no lugar dos tradicionais cadernos de capa dura.
No caso das mochilas de rodinha, a altura deve estar adequada de modo que evite torção ou inclinação do tronco. A criança deve ficar reta. Crianças menores devem usar rodinhas maiores.
Quando usadas nas costas, a parte superior não deve ultrapassar a altura dos ombros; a parte inferior deve chegar no máximo a 8 cm acima da cintura; não deve ultrapassar a largura do tronco.
É fundamental que elas tenham duas alças acolchoadas para dividir o peso, além de uma cinta abdominal para evitar oscilações. O material mais pesado deve ficar embaixo; o conteúdo da mochila deve ficar preso.
O peso total da mochila, por sugestão da Organização Mundial da Saúde (OMS), não deve ultrapassar 7% do peso da criança. A mochila vazia não pode pesar mais de 1 kg.