Além da condição genética, as características masculinas são definidas, principalmente, pela secreção da testosterona, em grande parte produzida pelos testículos. Alguns homens produzem menos hormônio do que o necessário, seja por deficiência orgânica ou como consequência de outra doença. Com mais idade, o hormônio circulante também diminui, provocando queda da libido, perda de massa muscular e depressão, entre outros sintomas.
Como medicamento, tem uso indicado para reposição hormonal, em casos de homens que produzem menos testosterona do que o necessário. Também pode ser indicado para aumentar a massa muscular em infectados por HIV ou em queimados graves. E como todo medicamento, o uso de derivados de testosterona apresenta muitas reações adversas conhecidas e outras que ainda estão sendo relacionadas.
Em 2014, a agência reguladora americana (FDA) requereu aos laboratórios americanos produtores de medicamentos com o hormônio que as novas bulas contivessem a informação de que o produto pode produzir tromboembolismo venoso. Nessa condição patológica o organismo produz coágulos sem controle, podendo obstruir a circulação sanguínea causando dores ou comprometimentos maiores. Acredita-se que isso seja consequência do aumento no número dos glóbulos vermelhos provocado pelo medicamento. É possível que o hormônio aumente, em torno de 30%, o risco de infarto do coração e AVC. Essas pesquisas referem-se ao uso da testosterona por prescrição médica, mas é sabido que a testosterona é usada de forma indiscriminada e sem controle com objetivo de definir melhor o corpo, com mais músculo e menos gordura, tanto por parte de homens e de mulheres. O uso dessa substância é proibido pelos órgãos de controle de dopping esportivo, pois aumentaria de forma artificial o desempenho do atleta.
A aplicação de “ciclos” de anabolizantes, como é propalado no meio que faz uso ilegal da substância, provoca muitas reações adversas. As mamas tornam-se diminuídas nas mulheres e aumentadas nos homens, irritabilidade e agressividade aumentam, casos de insuficiência hepática, condição de infertilidade masculina e feminina, entre outras coisas.
O uso por adolescentes é totalmente contraindicado. Como provoca o fechamento da epífise óssea, local por onde ocorre o crescimento, o jovem ou a jovem deixam de crescer. Pode ocorrer desenvolvimento sexual precoce nos rapazes e distúrbios no ato sexual.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
