Datas Comemorativas

Treze fatos marcantes

23/01/2015
Treze fatos marcantes | Jornal da Orla
1. Data do aniversário
Foi em 26 de janeiro de 1839 que foi aprovada a lei que elevava a Vila de Santos à condição de Cidade, graças à costura política capitaneada por José Bonifácio. Mas a ocupação das terras santistas já era bem anterior: há registros de que a ilha de São Vicente já teria sido avisada em 1502, em uma expedição da qual fazia parte o cosmógrafo Américo Vespúcio. O lugar passou a se chamar “Santos” por ordem de Braz Cubas, que elevou o povoado à condição de vila, em data não conhecida, provavelmente entre 19 de junho de 1545 e 3 de janeiro de 1547. O primeiro pelourinho (o símbolo de autoridade da época) santista foi instalado nas proximidades da atual Casa do Trem Bélico. Em 1996, o então prefeito David Capistrano decidiu unificar as comemorações, estabelecendo que, naquele ano, Santos comemorava seus 450 anos.
 
2. Monte Serrat
O sanguinário pirata Thomas Cavendish, que atacou a Vila de Santos em 1591, ficou famoso na história, mas o episódio de maior impacto foi protagonizado pela frota do holandês Goris Van Spilbergen, em 1615. Conta a tradição que os santistas buscaram refúgio no alto do Monte Serrat, onde uma capela havia sido erguida em 1603 em homenagem à Nossa Senhora do Monte Serrat. Do alto do morro pedras rolaram sobre os corsários que perseguiam o povo, matando-os. A partir de então, só cresceu a devoção à Santa, que se tornou a Padroeira de Santos.
 
3. O início do Porto de Santos
A atracação do navio a vapor Nasmyth, de bandeira inglesa, marcou a inauguração do novo Porto de Santos em 2 de fevereiro de 1892, iniciando, assim, uma nova fase para a vida da cidade. Naquele dia foram entregues os primeiros 260 metros de cais, construídos no Valongo por Cândido Gaffrée e Eduardo Guinle. Em 1980, com o término da concessão, foi criada a Codesp, empresa de economia mista de capital majoritário da União. 
 
4. Os caminhos do café
As antigas e surpreendentes fotos mostrando estivadores com pilhas de sacas de café nas costas são apenas um capítulo na trajetória do produto desde a lavoura, no interior do estado, até o interior dos navios. A partir do século XIX, Santos desenvolveu-se em razão da comercialização e do embarque do produto. A São Paulo Railway, ferrovia que entrou em operação em 1867, e o porto organizado surgiram em função da necessidade de escoar o café. A Rua XV era conhecida como a Wall Street brasileira: todos os grandes exportadores e as grandes torrefações tinham escritório na cidade.
 
5. A chegada de Pelé ao Santos FC
O Santos Futebol Clube já era bicampeão estadual de futebol quando, em julho de 1956, veio se juntar ao time um menino de 15 anos, procedente de Bauru. Era Edson Arantes do Nascimento, ou simplesmente Pelé, que começava ali a brilhante carreira de “Atleta do Século”. Nos anos seguintes, a constelação de craques do Santos excursionou pelos quatro cantos do mundo, acumulando títulos, encantando multidões e até interrompendo uma guerra em visita à África, em 1969. Pelé encerrou o reinado no Santos em 1974, mas até hoje o Peixe se destaca por sua escola de craques, de onde surgiu Neymar, entre outros famosos.
 
6. Lei da Modernização dos Portos
A vigência da Lei 8630/93, conhecida como Lei da Modernização dos Portos, deu um guinada nas atividades operacionais e nas relações de trabalho no Porto de Santos e de outras cidades brasileiras. A lei estabeleceu novas formas de gestão e administração das operações, visando aumentar a produtividade e reduzir custos. Com ela, o  governo brasileiro dotou o setor de instrumento jurídico para promover ampla reestruturação portuária, privatizando terminais, permitindo concessões de serviços e investimentos. 
 
7. A recuperação da autonomia polÍtica
Santos, que até chegou a receber a denominação de “Cidade Vermelha”, por suas lutas em favor das classes operárias, foi duramente castigada pela Ditadura Militar com a perda de sua autonomia política e administrativa, em 12 de setembro de 1969. A partir dessa data, com a decretação de área de interesse de segurança nacional, a cidade passou a ser dirigida por prefeitos nomeados pelos ditadores. A sociedade não se calou. Lideranças sindicais, políticos, a imprensa e outros setores promoveram uma luta institucional para que os santistas resgatassem o direito de governar seus próprios destinos, o que foi conseguido somente em 1984. Oswaldo Justo foi o prefeito eleito e empossado naquele mesmo ano.

8. Mudança no Plano Diretor
Em 1998, na gestão de Beto Mansur, foram aprovadas alteração do Plano Diretor, datado de 1968, e na Lei de Uso e Ocupação do Solo. Na prática, abriu as portas para o boom imobiliário, com a construção de edificações de mais de 25 andares. Ao mesmo tempo, buscou dar incentivos para promover a revitalização do Centro Histórico.
 
9. Transportes
Foi em 1864 que a cidade ganhou um transporte coletivo: eram gôndolas (veículo primitivo puxado por burros), ligando o Largo da Coroação, no Centro, à Casa do Campo, na praia.  Depois, em 1871, começaram a circular os primeiros bondes. O novo meio de conduzir pessoas e mercadorias foi decisivo para a ocupação da cidade, principalmente os terrenos da orla.
 
10. Os canais
Uma ousadia para a época (1910), o projeto de saneamento do engenheiro Saturnino de Brito previa cortar a cidade por canais: ao mesmo tempo que melhorava as condições sanitárias da cidade, estabelecia um novo ordenamento urbano. A ideia de Saturnino, que livrou a cidade das epidemias, é considerada moderna até os dias de hoje, mas poderia ter avançado mais: a Câmara de Vereadores rejeitou a parte do plano que previa o estabelecimento de quadras mais largas e um grande cinturão verde onde hoje estão as avenidas Francisco Glicério e Ana Costa. 
 
11. Carnaval
O Carnaval santista tem data exata de nascimento: 14 de fevereiro de 1858. Foi quando se realizou um primeiro desfile, percorrendo as principais vias do Centro. Já as escolas de samba começaram a surgir em 1939, com a presença da “Não É o que Dizem”. A primeira disputa envolvendo escolas de samba ocorreu em 1947, na Rua General Câmara. A campeã foi a X-9, daí ser chamada de Pioneira. As bandas organizadas começaram a surgir em 1971, sendo a Banda da Divisa a primeira. E o Carnabanda, que se tornou uma tradição, começou em 2001.
 
12. Jardim
Cartão-postal da cidade, em 2000 o jardim de Santos entrou para o Guinness Book of Records, o livro dos recordes, como o maior jardim de praia do mundo. Com 5.335 metros de comprimento e largura entre 45 e 50m, o jardim forma uma enorme faixa verde que se estende da Ponta da Praia ao José Menino e se junta às cores vivas das flores, encantando moradores e turistas. Nele, há cerca de 920 canteiros de plantas e mais de 1.700 árvores e palmeiras. A ideia da construção do jardim foi do engenheiro Saturnino de Brito, mas o primeiro trecho só foi criado na década de 30 em resposta ao movimento da população para conter a especulação imobiliária.
 
13. Surfe
O rapaz da foto ao lado é Osmar Gonçalves, a primeira pessoa a pegar onda em Santos, em 1938. Naquela época, ele se encantou com uma edição da revista Popular Mechanics, que mostrava a planta de uma prancha, e decidiu construir a sua. Não parou mais e inspirou outros a abraçarem o esporte. Os praticantes sofreram muito nas décadas de 1960 e 1970, época de ditadura militar, pois eram considerados “vagabundos” e “maconheiros”. Passada essa época sombria, o esporte se diversificou, revelou campeões como Picuruta Salazar e acabou virando instrumento de inclusão. Em 1992, foi inaugurada a primeira escola pública de surfe.