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Autismo

23/12/2014
Autismo | Jornal da Orla
Um conjunto de fatores, com diversas possibilidades de associações, podem provocar o transtorno. A partir do componente genético, associam-se fatores ambientais como a exposição a agentes químicos, falta de vitamina D e/ou de ácido fólico, infecções maternas, uso de alguns medicamentos antiepiléticos durante a gestação, nascimento prematuro abaixo de 35 semanas, baixo peso ao nascer (< 2500g).

O diagnóstico é clínico, não tendo nenhum marcador biológico, ou seja, não é possível um exame laboratorial. Normalmente, é mais perceptível quando o bebê se aproxima dos seis meses de vida, idade em que a criança passa a interagir mais com os que os cercam, sorrindo, respondendo a estímulos sonoros ou a presença das pessoas no ambiente. O portador do espectro do autismo não realiza essa interação ou o faz em muito menor grau. Esse é apenas um sinal, porém há de se avaliar o grau do comprometimento da doença e o diagnóstico só será fechado entre 12 e 36 meses. Mas, ainda assim, será subjetivo.

O SUS irá disponibilizar um medicamento, a risperidona, indicado nesses casos. Não é um medicamento para cura, nem para controle do quadro total do autismo, mas pode garantir melhor qualidade de vida. O uso do medicamento pode diminuir a condição de irritabilidade, de birra, de agressividade e mesmo de auto-injúria nos portadores do espectro do autismo.

Como sempre, não sem provocar algumas reações adversas como constipação, aumento do apetite, fadiga e sonolência diurna. Para o uso adequado desse medicamento, a indicação será apropriada quando outras intervenções para a melhoria do comportamento falharam. Obviamente, a decisão é médica, mas deverá ser em acordo com os familiares.

A terapêutica medicamentosa do autismo tem poucas alternativas, além da risperidona. Apenas mais uma substância está indicada. Porém estudos têm sido realizados na busca de mais medicamentos. Como o uso de antidepressivos no controle do comportamento repetitivo, como o do movimento das mãos ou da necessidade de execução de rotinas. A eficácia não está garantida, além de apresentarem alta incidência de reações adversas.

O portador do espectro do autismo também poderá apresentar, ao mesmo tempo, déficit de atenção/hiperatividade. A medicação tradicional para esse transtorno parece ser menos eficaz quando associado ao autismo, além de apresentar mais reações adversas em doses menores que a habitual nessa condição de associação das doenças.