Comportamento

Festa de fim de ano sem escorregões

05/12/2014
Festa de fim de ano sem escorregões | Jornal da Orla
Por: Marco Santana

A proximidade do fim de ano é um período propício para celebrar o encerramento de mais um ciclo de nossas vidas. E já faz parte do “script” as inescapáveis festas de confraternização com o pessoal do trabalho. Assim como há quem adore estes encontros, existem também as pessoas que não só odeiam como fazem o possível para escapar delas e acabam participando  contra a vontade. 
 
Mas tão comum quanto a alegria é a ocorrência dos exageros cometidos por alguns colegas. Muitas vezes, escorregar numa festinha de fim de ano pode provoca situações constrangedores e até mesmo danos irreparáveis na imagem da pessoa, o que pode até mesmo prejudicar a sua vida profissional. 
 
“Se bem pensadas e planejadas, servem para entrosar a equipe de trabalho, proporcionam estreitamento de laços afetivos e melhoram relacionamento com os colegas de trabalho, inclusive com a chefia”, explica a consultora Valentina Rezende, especialista em etiqueta social. “Porém, todo cuidado é pouco! Algumas armadilhas podem transformar as confraternizações em um fracasso”, alerta. 
 
Ela explica que não se pode perder de vista, em momento algum, que se trata de uma reunião com pessoas do trabalho, e não de seu círculo íntimo de amizades ou familiares. “Apesar do clima descontraído, não se pode perder a compostura”.
 
Segundo ela, moderação é a palavra-chave em eventos deste tipo. Evite comer, beber e falar em excesso, fuja de conflitos e seja amigável até mesmo com aquele colega com quem você tem conflitos na atividade profissional. O momento é de confraternização, não de “lavar roupa suja”.
 
Valentina recomenda que se evite falar sobre assuntos ligados ao trabalho. “Converse um pouco com todos, circule. As “panelinhas” são muito deselegantes. A desenvoltura social é importante e pode ser treinada nestas ocasiões”, orienta. 
 
No caso de o evento prever troca de presentes, a consultora explica que é preciso ter cautela e bom senso. “Evite o “inimigo secreto”, brincadeira que pode constranger os colegas de temperamento mais contido. No caso do “amigo secreto”, é fundamental estabelecer um valor médio a ser gasto por todos, para não haver disparidades”, recomenda. 
 
“Se você não está gostando da festa, vá para casa. Não critique, mesmo que a cerveja esteja quente e a comida ruim”. 
 
PERSONAGENS TÍPICOS NAS CONFRATERNIZAÇÕES
 
Praticamente toda festa tem. Veja se reconhece algum colega ou policie-se para não virar o assunto nas conversas do cafezinho no dia seguinte.
 
Antissocial – A equipe inteira de trabalho está confraternizando e aquele indivíduo está sentado sozinho na mesa observando os outros, sem esboçar o menor interesse em integrar-se com o grupo. Faz questão de demonstrar que está por obrigação e não tem o mínimo interesse em ter uma relação mais amistosa com os colegas de trabalho.
 
Bêbado chato – É aquele tipo que exagerou na dose e engata papos pegajosos e inoportunos para um momento de descontração. Uns querem fazem avaliações profundas sobre o desempenho da empresa ou de colegas, outros querem analisar a situação econômica do país ou os resultados das eleições. 
 
Bêbado emocional – A quantidade de álcool no organismo faz o sujeito ficar com a sensibilidade à flor da pele e ele começa a distribuir juras de amor eterno aos colegas, esparrama elogios a todos, diz como é “gratificante” trabalhar na empresa e conviver com pessoas tão maravilhosas. Não raro, chega às lágrimas.
 
Bêbado agressivo – Muitas pessoas dizem bêbadas o que pensam quando estão sóbrias. O problema é que o consumo exagerado de álcool revela também os traços mais violentos da personalidade do sujeito. Comum, portanto, em festas de fim de ano, que a pessoa “fale as verdades” e, em alguns casos extremos, queira chegar às vias de fato.
 
Dançarino – Mal o som começou a tocar, ele já vai para a pista demonstrar seus dotes artísticos. Não satisfeito, tira todos para dançar e quer comandar os passinhos da dança, como se estivesse numa balada.
 
Esfomeado – Parece que não vê comida há dias. Aproveita a boca-livre e se empanturra, sem a maior cerimônia. Não raro, reclama da qualidade do que foi oferecido. 
 
Fêmea fatal – É a colega de trabalho que passou o ano todo seguindo a liturgia do cargo, muitas vezes com uma carranca que beira o mau humor, mas que, na festa de fim de ano, decide “se soltar” e mostrar que é uma mulher atraente. Para isso, usa e abusa de saias curtas, decotes e maquiagem. Vai para a festa como se estivesse indo para a balada. Muitas não se limitam a serem ousadas no visual, mas lançam olhares fulminantes aos homens. Algumas exageram e fuzilam até mesmo superiores na hierarquia da empresa ou homens casados. 
 
Galã – Ele se considera o “pegador” e aproveita o clima de festa para “dar o bote” naquela secretária gostosa, na gerente do outro setor, na recepcionista… Acha que é o momento ideal para “chegar junto” na colega de trabalho. #sóquenão. A situação piora quando o metido a galã está turbinado com doses exageradas de álcool.
 
Oportunista – Aproveita o momento de  descontração para, como quem não quer nada, dar aquela puxada de saco no diretor da empresa. Tenta parecer ser o melhor amigo de infância do chefe e ainda faz as vezes de garçom para não faltar nada à chefia.
 
Piadista – Ele quer deixar claro que o momento é de descontração meeeesmo e desfila todo o seu repertório de anedotas (até parece que decorou o CD do Ary Toledo antes de ir para a festa!). Parece querer mostrar para os colegas que, além de bom profissional, poderia muito bem ter se tornado artista de stand-up. O problema é que, na maioria das vezes, as pessoas deste perfil não têm tanta graça quanto imaginam. Muitas riem pelos outros (muito e alto) das próprias piadas.
 
Protocolar – Ele vem, dá aquele cumprimento ensaiado, faz aqueles comentários óbvios e as piadas manjadas. Ri de tudo, distribui beijinhos, abraços e tapinhas nas costas. Espera a troca de presentes do amigo secreto ou o discurso de agradecimento do chefe e zarpa. Costuma ir embora à francesa ou diz que “tem outro compromisso”.
 
Workaholic – O momento é de descontração, de dar risadas e esquecer a rotina do dia a dia, mas o sujeito teima em falar sobre tal coisa que precisariam ser aperfeiçoada na empresa, ou o que fulano deveria fazer. Há até aquele inconveniente que lembra o subordinado de que o momento é de festa, mas no dia seguinte, logo cedo, ele quer aquele relatório pronto.