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Registrando com o coração

21/11/2014
Registrando com o coração | Jornal da Orla
Vale para registro. Os primeiros passos, as primeiras palavras, o primeiro sorriso. O primeiro dia na escolinha. A apresentação de dança no Dia dos Pais. A peça teatral no Dia das Mães.
Mas as crianças crescem. E os pais continuam tudo fotografando e filmando. A formatura. A vitória no vestibular. O casamento. E, depois, recomeça tudo com a chegada dos netos.
Várias vezes, quando eles recordam alguns momentos muito especiais, lamentam: 
-Que pena eu não ter fotografado naquela hora.

E é assim mesmo. Existem alguns momentos muito especiais, não esperados, em que não se está munido de equipamento para o registro.
São momentos quase mágicos, que não se tornam a reprisar. São únicos. E são exatamente esses que os pais, à medida que envelhecem, vão guardando mais e mais na memória.
Guardam-nos para lembrar no dia em que o filho deixa o lar, para começar a sua própria vida. Quando ele viaja e fica algumas semanas fora.
Quando ele se casa, quando muda de cidade, quando realiza a grande viagem para o Além.

Esses momentos são fotografados de uma forma muito especial. Uma forma que uma mãe definiu muito bem, ao narrar a sua experiência pessoal:
-Foi um momento extraordinário no final de um dia comum. Eu estava atravessando o corredor de minha casa quando me deparei com a cena mais encantadora que já tinha visto: meu filho de três anos escovando os dentes.
-A cena não era encantadora por ele estar escovando os dentes. Era pelo jeitinho dele. Mesmo com a ajuda de um banquinho, ele ainda precisava ficar na ponta dos pés para conseguir enxergar-se no espelho.
-Ele esticava tanto o corpo que os pequenos músculos de sua perna se destacavam. Ele parecia tão pequenino, tão inocente!
-Parei no lugar em que estava. Olhando para ele, eu me dei conta de que um dia aquele precioso garotinho seria maior do que eu. Poderia até levantar-me do chão!
-Permaneci ali, sem me mexer, apreciando aquele momento maravilhoso, tentando gravar na memória a cena de meu filho na ponta dos pés.
-Pensei em pegar a câmera fotográfica para registrar o momento para sempre. Mas não consegui me afastar dali.
-Fiz o que outras mães têm feito ao longo dos séculos. Tirei uma fotografia com o coração.
[com base em textos de Alice Gray e de Vickey L. Banks e da Redação do Momento Espírita]

Aprenda a fotografar com o coração. 
Serão exatamente os momentos especiais, inesperados, que você guardará na arca do tesouro das suas memórias.
Serão essas lembranças que alimentarão, um dia, a sua saudade e alegrarão os seus dias, na velhice.
Não tema perder seu tempo! 

Mesmo que seus pés o conduzam para distante de seus amores, ou por algum motivo, você não tenha fotos para ver, filmes para recordar, na sua intimidade, você poderá passar e repassar, quantas vezes quiser, as cenas que fizeram a sua felicidade, em certo momento.
Pense nisso! E fotografe tudo, com o coração.