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Os erros ao tomar antibióticos

14/11/2014
Os erros ao tomar antibióticos | Jornal da Orla
A descoberta da penicilina em 1928 inaugurou uma nova era dentro da medicina: a dos antibióticos, medicamentos muito importantes para a saúde humana, pois combatem várias doenças infecciosas que, no passado, ostentavam altas taxas de mortalidade. Eles são como “venenos seletivos”, que matam bactérias específicas sem afetar as células do nosso corpo, mas seu uso incorreto é um problema de saúde muito sério, pois pode causar reações adversas, efeitos colaterais e, principalmente, resistência microbiana. Confira alguns erros que devem ser evitados:
 
Não obedecer ao tempo determinado de uso – O antibiótico tem um tempo específico de vida em nosso organismo após ser ingerido. Conforme a classe de antibióticos e seu tempo de vida, bem como a doença e condição do paciente, o remédio é prescrito para dez dias, sete dias ou três dias. A melhora inicial após as primeiras doses não significa que a pessoa está curada, apenas que a carga microbiana diminuiu no corpo. “Se o tratamento for interrompido, os micro-organismos, que não foram eliminados, podem fazer com que a pessoa volte a ficar doente”, afirma a farmacêutica Patrícia Moriel, da Unicamp. Fazer o tratamento durar mais do que o recomendado, também, é errado, pois pode sobrecarregar seu organismo e afetar as bactérias que são benéficas ao corpo. 
 
Não ingerir a dose receitada – A diminuição ou o aumento da dose podem acarretar sérias consequências, desde o agravamento da doença até intoxicação pelo excesso de medicação. Ao escolher a dose, o médico leva em conta não só a doença, como também peso, idade e doenças relacionados do paciente. Se os sintomas piorarem ou se outros aparecerem, informe o seu médico antes de tomar qualquer atitude. 
 
Esquecer a hora – O intervalo entre as doses é calculado de acordo com a chamada meia-vida do remédio (tempo em que a concentração dele cai pela metade na corrente sanguínea). Uma dose ingerida antes da hora pode causar intoxicação ou, até, não ser absorvida pelo organismo. “Já quando você se esquece de tomar o medicamento, a bactéria pode tornar a se multiplicar e criar resistência ao medicamento”, adverte o infectologista Jorge Amarante.
 
Tomar antibiótico sem prescrição – No caso do antibiótico, o perigo da automedicação é dobrado, pois envolve riscos de alergia, intoxicação e, até, o não tratamento da doença. Segundo Jorge Amarante, doenças virais não são combatidas com antibióticos. O médico é o profissional indicado para avaliar se a sua doença pede mesmo este tipo de medicamento, qual a dose e o período necessário.
 
Combinar medicamentos – É de extrema importância informar ao médico os remédios que você já ingere antes que ele receite o antibiótico para tomar. Isso porque existem diversas classes de medicamentos que interagem entre si – é o caso dos antibióticos com analgésicos e anticoncepcionais. Na bula do medicamento constam quais são as possíveis interações e quais remédios evitar ingerir em conjunto.
 
Interação com alimentos – O líquido mais indicado para acompanhar a ingestão de antibióticos é a água, já que os remédios podem desencadear reações químicas quando ingeridas com sucos, leite, refrigerantes, chás ou café, comprometendo sua eficácia – orienta Patrícia Moriel. Cruzar a hora da medicação com as refeições pode também ser um problema. O melhor é evitar. 
 
Misturar com álcool – “O álcool pode tanto potencializar quanto neutralizar os efeitos de um medicamento, em alguns casos ativando enzimas que transformam o remédio em substâncias tóxicas para o organismo”, alerta a farmacêutica. Isso acontece porque tanto o antibiótico quanto o álcool são metabolizados no fígado, e essa digestão conjunta pode diminuir sua eficácia ou torná-lo tóxico. 
 
Não prestar atenção nos sintomas – Se o antibiótico causar erupção na pele, coceira, dificuldade para respirar, manchas vermelhas na pele ou qualquer outra reação que não fazia parte do conjunto de sintomas inicial, é necessário procurar ajuda médica imediatamente. Você pode estar tendo uma reação alérgica ao remédio.