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Sem lugar para a dengue

31/10/2014
Sem lugar para a dengue | Jornal da Orla
por Bárbara Camargo

Na quinta-feira (29), o Projeto Cidadão visitou a UME Therezinha de Jesus Siqueira Pimentel, no morro do São Bento, para verificar como os alunos e professores estão trabalhando o tema desta etapa: “Cidade sem Dengue”. 
 
Como uma maratona, em todas as salas, os estudantes do 3º ao 5º ano estiveram envolvidos com alguma atividade ligada ao assunto. Na informática, a educadora propôs que eles criassem um folder para alertar a população sobre como evitar que a dengue tome conta da nossa cidade. O aluno Guilherme Querino, de 10 anos, fez questão de colocar em seu panfleto a frase “Xô, dengue!” e provou que tira nota 10 quando o assunto é a prevenção contra a doença. “A minha tia é agente da Prefeitura. Ela me mostrou como são as larvas do mosquito e ensinou que a gente não pode deixar a tampa do vaso sanitário aberta. No meu desenho, tentei mostrar que aqui não tem lugar para a dengue”.
 
Em outra sala de aula, a educadora Kelly Cristina reuniu jornal, cartolina preta, fita adesiva branca e, de forma lúdica, sugeriu que os alunos criassem réplicas do Aedes Aegypti com o material. Com a ajuda da professora, aos poucos, a classe ficou “infestada” de mosquitos de variados tamanhos. “Nesta atividade, queremos que eles saibam identificar o Aedes Aegypti. Usamos a fita branca para dar ênfase às listras, que são características dele”, explicou a professora.
 
Mas foi no pátio que outro grupo de alunos impressionou a todos com a confecção de um mosquito gigante. Reunidos em uma roda, as professoras distribuíram folhas de jornal, para moldar o corpo do boneco em um saco preto, rolos de fita para as listras e papel para retratar as antenas e asas. Enquanto produziam sua arte, as profissionais da equipe da Secretaria de Saúde fizeram perguntas sobre a dengue, os criadouros, sintomas da doença e o tratamento. 
 
A visita inesperada da personagem que representa a fêmea do Aedes Aegypti agitou a criançada e fez com que eles citassem os objetos ou locais ideais para que ela deposite seus ovos, como baldes, ralos abertos, pneus, garrafas com água parada e caixas-d’água abertas. 
 
Mas como os pequenos não queriam ser picados pela “mosquita”, trataram logo de mandá-la embora dali e, munidos de cartazes e panfletos produzidos por eles mesmos, saíram em passeata pelo bairro, alertando os adultos sobre a importância de exterminar a dengue na cidade. A professora Elaine Silva Malo auxiliou os estudantes na criação do material e explicou que a dengue é um assunto trabalhado durante todo o ano. “Os alunos leram a história em quadrinhos feita pelo Projeto Cidadão e, após discutirem o tema, criaram os panfletos para distribuir na comunidade. Eles sabem tudo sobre a dengue na teoria. A gente parte do pressuposto que eles vão praticar o que aprenderam em casa”. 
 
Renata Rodrigues Sousa, coordenadora da escola, explicou que os alunos estão empenhados no combate à dengue na cidade. “As crianças estão envolvidas em levar essas informações para a população. Elas estão animadas com esse projeto tão grandioso desenvolvido pelo Jornal da Orla”, elogiou.
 
Repelentes caseiros não são adequados
A integrante da Seção de Controle de Vetores, da Secretaria de Saúde de Santos, Ana Lúcia Bueno, explica que as receitas de repelentes caseiros não são eficazes. “Esses repelentes não têm comprovação científica. As pessoas usam cravos ou limões que apenas espantam os mosquitos, mas não os eliminam e nem evitam as picadas. Os repelentes vendidos nas farmácias são indicados, pois foram fabricados após vários testes. Mas é necessário o uso correto, seguindo as instruções do produto. Não adianta passar uma vez ao dia. O ideal ainda é a prevenção, é evitar criadouros do mosquito”, indica a especialista.
 
Dengue hemorrágica existe?
O quadro clínico, popularmente conhecido como dengue hemorrágica, é, na verdade, a Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) ou Síndrome de choque da dengue. Trata-se de uma reação forte do organismo ao vírus da dengue, que leva à hemorragia. Em geral, a FHD ocorre quando a pessoa tem dengue pela segunda vez. A hemorragia pode começar no terceiro ou quarto dia após o aparecimento da dor no fundo dos olhos, febre e dor pelo corpo, que são os sintomas da dengue clássica.
 
O paciente deve manter o corpo hidratado. Em casos de suspeita de febre hemorrágica, a pessoa deve ser encaminhada, imediatamente, a um hospital porque a doença pode ser fatal.  
 
Como saber se é dengue?
A dengue pode ser confundida com sarampo, rubéola e gripe, pois possui sintomas semelhantes. Depois da picada do mosquito com o vírus, os sintomas se manifestam normalmente do terceiro ao 15º dia. Esse período é chamado de incubação. O tempo médio de duração da doença é de cinco a seis dias. É só depois do período de incubação que os sintomas aparecem. São eles:
 
Febre alta com início súbito
Dor de cabeça
Dor atrás dos olhos
Perda do paladar e apetite
Náuseas e vômitos
Tonturas
Extremo cansaço
Moleza e dor no corpo
Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores