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Médico santista cria programa Mais Oftalmologistas

28/10/2014
Médico santista cria programa Mais Oftalmologistas | Jornal da Orla
Como parte de um trabalho realizado dentro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Associação Pan-Americana de Oftalmologia, o médico santista Marcello Colombo Barboza criou uma espécie de programa ‘Mais Oftalmologistas’ visando ampliar no País o número de especialistas em olhos.
 
Professor doutor em Oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo, Marcello levantou que para os órgãos oficiais existe uma carência destes especialistas em território nacional. Em contrapartida, verificou que há centenas de médicos generalistas desempenhando durante anos o papel de oftalmologistas em vários estados brasileiros.
 
Desta forma, o santista propôs ao Conselho Brasileiro de Oftalmologia o Exame de Suficiência para o Exercício da Oftalmologia para reconhecer e credenciar esses médicos que já exercem importante papel no cuidado da saúde ocular da população brasileira.
 
“Como eles não têm especialização, não são reconhecidos pelo Ministério da Educação e da Cultura (MEC) nem pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Portanto, não estão incluídos nas estatísticas oficiais do governo. Mas eles existem e promovem trabalho essencial na prevenção e tratamento de problemas oftalmológicos mais básicos”, destaca Colombo Barboza.
 
A partir da pesquisa do santista, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia aplicou em setembro o primeiro Exame de Competência em Oftalmologia Geral para 422 profissionais brasileiros que atuam comprovadamente como oftalmologistas generalistas.
 
Além de obter o Certificado de Suficiência para o Exercício da Oftalmologia, os aprovados serão adicionados à lista de oftalmologistas do País. A prova foi aplicada durante o Congresso Brasileiro de Oftalmologia a médicos formados antes de 2003 e que comprovaram exercer a Oftalmologia regularmente e sem interrupção. Dos 422 que prestaram o exame, 60,88% foram aprovados. 
 
Perfil
Dos 422 médicos que prestaram o exame, 79,6% haviam se graduado entre 10 e 24 anos atrás e 20,4% há mais de 25 anos. Com relação à faixa etária, 78,86% têm entre 35 e 50 anos; 20,43% de 51 a 65 anos e 0,71% mais de 66 anos. Ainda do total, 33% não completaram a residência médica.
 
Quanto à origem, 46,8% atuam no Sudeste, 27% no Nordeste, 11,6% na região Sul, 8,6% no Centro-Oeste e 6% são do Norte. Segundo Marcello Colombo Barboza, são vários os fatores para que esses médicos não tenham a especialidade na Oftalmologia: dificuldades regionais, idade avançada, exigência de muito tempo e dedicação à residência médica e até a falta de exigência da especialização no passado.
 
“É fato que muitos médicos trabalham como oftalmologistas generalistas no Brasil promovendo, prevenindo, diagnosticando e tratando patologias básicas da Oftalmologia. Seu reconhecimento é justo e merecido e trará benefícios à população e à saúde brasileira”, finaliza.