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O julgamento da história

24/10/2014
O julgamento da história | Jornal da Orla
Independentemente de quem seja o vencedor, e as pesquisas apontam o favoritismo da presidente Dilma Rousseff (PT) para um segundo mandato, o fato é que o Brasil sai mais pobre depois de uma campanha eleitoral em que prevaleceram a infâmia, a calúnia e a sujeira. Algo nunca visto desde que o falso caçador de marajás, Fernando Collor de Mello, usou as armas mais baixas para vencer Lula da Silva em 1989, na primeira eleição presidencial direta após 21 anos de ditadura.
 
Não por acaso, o Partido dos Trabalhadores, que de vítima passou a algoz, tem hoje ao seu lado tristes personagens da política nacional, como o próprio Collor, Sarney, Renan Calheiros e Paulo Maluf, para não falar de José Dirceu, José Genoino, ex-presidentes do partido, João Paulo Cunha e Delúbio Soares, os “companheiros” que tiraram “férias” no presídio da Papuda pelo crime de corrupção ativa. 
 
É a história que se repete como farsa. Os defensores dos fracos e oprimidos, como no livro “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, se transformam em algozes de quem supostamente juraram defender. Mais que corromper, o poder revela…
 
É inegável reconhecer que o PT promoveu avanços sociais ao longo de 12 anos de poder. Negar os avanços seria negar a própria história. Mas não se pode deixar de reconhecer também que os avanços só foram possíveis a partir da implantação do Plano Real, no governo Itamar Franco, e que depois foi aperfeiçoado no governo Fernando Henrique Cardoso.
 
A partir do governo Itamar Franco e da estabilização da moeda, todos os governos tiveram seus méritos e seus defeitos. Nas campanhas eleitorais que se sucederam, portanto,os partidos procuram valorizar o que fizeram de bom e criticar os erros dos adversários. A isso se dá o nome de “democracia”.
 
Na atual corrida eleitoral, no entanto, o PT abusou dos ataques rasteiros aos adversários: seu marqueteiro, João Santana, primeiro demoliu a candidata Marina da Silva e depois usou um “moedor de carne” para destruir Aécio Neves. Bom de discurso, o ex-presidente Lula da Silva fez o diabo para acabar com Aécio, chamando-o de “playboy” a “nazista”.
 
Para o PT, os fins justificam os meios. O partido promoveu a luta de classes, incitou a guerra entre “pobres e ricos” e plagiou a campanha do medo do antigo adversário Collor de Mello, hoje transformado em aliado de primeira hora, assim como Maluf, Renan e Sarney.
 
O fato é: mesmo vencendo, o que é provável, o PT se apequenou e sofrerá o julgamento implacável da história!