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Debates decisivos

10/10/2014
Debates decisivos | Jornal da Orla
As eleições presidenciais no Brasil se transformaram em batalhas sangrentas durante todo o primeiro turno. Marina Silva, do PSB, alvo de ataques grosseiros e de mentiras duramente divulgados pelos marqueteiros do PT, acabou sendo a maior vítima. Não teve tempo nem capacidade para reagir, o que explica a sua exclusão do segundo turno.
 
A presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, obteve um resultado um pouco abaixo do que vinha sendo esperado pelos institutos de pesquisa, mas, ainda assim, recebeu uma votação expressiva. A surpresa maior, no entanto, fica por conta do tucano Aécio Neves, que até 15 dias antes do pleito era considerado carta fora do baralho. Aécio beneficiou-se dos ataques do PT a Marina para se apresentar, junto aos eleitores insatisfeitos com o governo petista, como o nome mais capaz de promover as mudanças esperadas por parcela significativa da população.
 
As primeiras pesquisas de intenção de voto para o segundo turno revelam uma situação de empate técnico, com pequena vantagem numérica para Aécio, mas é certo que a disputa segue indefinida. Nesse contexto, portanto, os debates entre os dois candidatos podem acabar sendo o fator determinante para a escolha do vencedor.
 
Durante o primeiro turno, os debates ficaram engessados pelo número elevado de candidatos que representam partidos nanicos, aqueles de muita retórica, de pouca ou quase nenhuma expressão política. Está mais do que evidente que a legislação eleitoral no Brasil precisa ser aprimorada. Candidatos sem voto impedem o eleitor de ver o confronto de ideias e propostas daqueles que realmente podem chegar ao Palácio do Planalto. Outro absurdo são os cavaletes que a legislação eleitoral permite que candidatos coloquem em vias públicas. Privatizam as vias públicas e ainda colocam em risco a integridade do eleitor.
 
O fato é que agora, no segundo turno, os eleitores terão a oportunidade de avaliar, no confronto direto entre Dilma e Aécio, quem é o mais preparado para governar o país nos próximos quatro anos. Nos debates, face a face, ficam de fora os marqueteiros, aqueles que, até o momento, comandaram o processo eleitoral, com muitas mentiras e o retrato de um país ilusório.