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Amor que sobrevive ao tempo

03/10/2014
Amor que sobrevive ao tempo | Jornal da Orla
Tudo aconteceu mais ou menos assim, em casa de Clara. Eles eram cinco filhos, de idades entre doze a dois anos. A mãe era uma pessoa alegre e que nunca estava ocupada demais para eles. Ela parava de passar roupa para ajudar em qualquer projeto da escola. Ou desligava o aspirador de pó para convocar todos para um passeio no bosque para colher espécimes para o projeto de ciências de algum deles.
 
As vidas daquelas crianças eram repletas de divertimento e de amor. Até o dia em que a mãe reuniu os cincos filhos e lhes contou que tinha um tumor terminal no cérebro e que lhe restava apenas alguns meses de vida. Houve soluços, muito choro, lágrimas e mais lágrimas. Mas ela lhes disse que o maior presente que poderiam lhe dar era tocar a vida como se nada estivesse errado. Queria que suas últimas recordações fossem felizes. E todos concordaram em se esforçar. Então, ela morreu e, nas semanas seguintes, a angústia e a dor daquela família pareciam algo impossível de se descrever. 
 
Até o dia em que Clara foi vestir a irmã mais nova para a escola e encontrou um bilhete engraçado que a mãe escondera dentro da meia da menina. Era como ter a mãe de volta. Nos dias que se seguiram, toda a família virou a casa de cabeça para baixo à cata de mais recados. Cada nova mensagem encontrada era compartilhada, lida e relida.
 
No Natal, ao tirarem os enfeites do armário, encontraram uma maravilhosa mensagem de Natal. Nos anos posteriores, as mensagens continuaram a surgir, esporadicamente. Na formatura de Clara, no seu casamento. Até mesmo no dia em que nasceu o primeiro filho de Clara, chegou um cartão com uma comovente mensagem.
 
Cada filho recebeu esses bilhetes curtos e engraçados, ou cartas repletas de amor, até o último se tornar adulto. É que a mãe havia confiado cartas e cartões a amigos, para serem entregues nas datas especiais, aos seus filhos. 
 
O marido se casou outra vez e, no dia de seu casamento, um amigo lhe entregou uma carta escrita pela esposa, para ser lida pelos filhos. Ela desejava ao marido felicidades e instruía os filhos a cercarem a madrasta de amor, pois tinha imensa fé de que o pai jamais escolheria uma mulher que não fosse generosa e carinhosa, para com seus preciosos amores.
 
Com certeza deve ter sido com muita dor que aquela mulher escreveu aquelas cartas para os filhos. Também é possível que o tenha feito, em várias oportunidades, de uma forma bem alegre, antevendo a surpresa e a alegria deles, ao recebê-las, no futuro. No entanto, o que mais impressiona no seu gesto, são as recordações maravilhosas que ela proporcionou para aquelas crianças, apesar da dor que sofreu, em silêncio, e da angústia que deve ter sentido em saber que logo mais teria que deixar a sua adorada família, para partir para o mundo espiritual.
 
[com base em texto de Pat Laye e da Redação do Momento Espírita]
 
O verdadeiro amor supera a dor, a angústia e a tristeza. Pensa no objeto da sua dedicação, antes que em si próprio. Por isso, sobrevive ao tempo, supera a morte e coloca nos corações amados a chama inapagável da alegria e da esperança. O verdadeiro amor é sempre bordado de renúncia e dedicação.
   
PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE