Notícias

Remédios para memória

24/09/2014
Remédios para memória | Jornal da Orla
Nos dias de hoje, o conceito de memória leva em conta vários fatores. Por exemplo, pode ser subdividido em função do tempo decorrido do fato a ser armazenado. Temos a de curto e de longo prazo, também chamada de “memória de arquivo”. Isso significa que locais diferentes do cérebro estão envolvidos e portanto mecanismos biológicos distintos. 

Há, também, a “memória de trabalho”. Sendo a capacidade de armazenar por curtíssimo tempo, informações de uso imediato, como a do número de telefone que será discado a seguir. Outra característica da memória é de que ela é treinável. Isso significa que quanto mais estimulada for, mais realizará a função de armazenamento de dados, colaborando no aprendizado e na realização de atos cotidianos. Mas há de se chamar atenção para o fato de que a atenção é pré-requisito para o armazenamento de qualquer informação. Por outro lado, o processo de memória pode sofrer perdas temporárias em situação de estresse, depressão, ansiedade ou fadiga. Também terá um decréscimo normal devido à idade. 
 
Sem comprovação
Assim, por ser essencial, busca-se aprimorá-la, inclusive com o uso de medicamentos. Muitas são as substâncias usadas com esse propósito, porém a maioria traz consequências sérias para o cérebro e, portanto, são contraindicadas. Por outro lado, outras substâncias são vendidas para esse fim sem nenhuma comprovação científica. Uma delas é o fósforo ou fosfato. Não existe nenhuma prova de que seu uso melhorará a memória. A sua carência pode provocar distúrbios de memória, mas isso é muito raro porque esse elemento é bastante presente em vários tipos de alimentos, não precisando ser suplementado. O mesmo argumento é válido para a vitamina B6 e os aminoácidos glutamina e glutamato. 

O ginkgo biloba é um medicamento usado na melhoria da circulação cerebral, trazendo ganho de memória para quem tem decréscimo na irrigação sanguínea, normalmente associado à idade. Pode ser útil nesses casos e não de forma generalizada como as pessoas a utilizam. Alguns estudos mostram que essa planta melhora a condição de memória em portadores de Alzheimer. Mas o uso correto depende de prescrição médica. 

Notícias recentes informam sobre um tipo de medicamento indicado no controle da hipertensão o qual traria melhora na condição de memória. São estudos muito iniciais e não podem ser generalizados. Lembre-se, para garantir a efetividade e a segurança de uma substância para um fim determinado são necessários muitos estudos. Uma única pesquisa apenas indica a possibilidade de uso e não deve ser generalizada. Fale com o farmacêutico.