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Ajuda para manter o ritmo da vida

19/09/2014
Ajuda para manter o ritmo da vida | Jornal da Orla
O aparelho é pequeno, mas faz uma diferença gigantesca, capaz de salvar o portador da morte. O marca-passo vem sendo cada vez mais usado, mas ainda existem muita falta de informação a seu respeito. 
 
Para chamar a atenção sobre o assunto, foi estabelecido que 23 de setembro é o Dia do Portador de Marca-passo. Em Santos, às 10h, médicos especialistas estarão concentrados na sede da Associação Paulista de Medicina (APM) Regional de Santos, na Avenida Ana Costa, 388, Gonzaga, para esclarecer dúvidas sobre o uso dos aparelhos. “Hoje, ainda há muita desinformação sobre o funcionamento do marca-passo e as vantagens do implante dos dispositivos cardiovasculares”, afirma o cardiologista Arnaldo Duarte Lourenço, que coordena a campanha no Litoral Paulista.
 
Segundo ele, as principais dúvidas estão a eventual ocorrência de interferências de celular ou outros equipamentos eletrônicos, como micro-ondas e portas giratórias de bancos; quais os cuidados pré e pós-operatórios; e se há limitações para a prática de atividade física.
 
Além das explicações presenciais com o auxílio de painéis ilustrativos, os esclarecimentos serão feitos através da distribuição de cartilhas.

O que é o marca-passo?
O marca-passo é um dispositivo eletrônico idealizado para corrigir determinadas doenças do coração, que reduzem a frequência dos batimentos cardíacos e produzem sintomas incapacitantes. O marca-passo artificial substitui o sistema elétrico natural do coração que, em condições normais, trabalha com cadência e frequência adequadas e responde de acordo com as necessidades do corpo humano.
 
Como funciona o marca-passo?
O marca-passo é composto por um gerador (circuito eletrônico e uma bateria) e eletrodos, que são fios metálicos revestidos por uma fina camada de silicone. Conectados ao gerador, conduzem a eletricidade para o coração.
 
Como funciona o coração do paciente que necessita de marca-passo?
O paciente que necessita de marcapasso tem um coração lento, a chamada bradicardia. Batendo devagar, pode produzir sintomas como tonturas, vertigens, desmaios, cansaço, falta de ar e edema. Se o médico utilizar o marca-passo para que o coração volte a bater com frequência normal, haverá redução ou até mesmo desaparecimento dos sintomas.

Brasil tem menos dispositivos
Lourenço estima que cerca de 20 mil pessoas na região são portadoras de marca-passo. No país, são mais de 300 mil que utilizam o dispositivo. Mas o Brasil perde nesses procedimentos para países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Chile. Por aqui são implantados 199 marca-passos por milhão de habitantes, enquanto no Chile são 216, na Argentina 382, no Uruguai, 578, e em Porto Rico, 606 marca-passos por milhão de habitantes. 
 
Em países desenvolvidos esses números são ainda mais expressivos: 746, na Espanha, 762, em Portugal e 767, marca-passos por milhão de habitantes nos Estados Unidos. Na França são 1.019, na Itália 1.048 e na Alemanha 1.267. 


Pioneiro- A geringonça acima, que mais parece uma máquina de costura, é o primeiro marca-passo. Em 1932, nos Estados Unidos, Albert Hyman utilizou um gerador de pulsos movido a manivela e um cabo-eletrodo bipolar introduzido diretamente no tórax para promover estimulação cardíaca.
 

 
MITOS E VERDADES SOBRE O MARCA-PASSO
 
 Eletrodomésticos em geral podem ser utilizados sem restrições, desde que estejam em perfeito estado de funcionamento e devidamente aterrados. Deve ser evitado o contato direto da região do corpo onde está o marca-passo com o aparelho em funcionamento. 
 
 Já em relação ao micro-ondas, em condições normais não há interferências e pode ser utilizado.
 
 Telefones celulares não produzem interferências ao portador de marca-passo.
 
 Portas giratórias dos bancos: todo portadorde marcapasso possui um documento de identificação e tem o direito de entrar por outra porta no banco, onde não haja o equipamento de detector de metais. Mas lembre-se de portar sempre o documento.
 
 Choque elétrico: aterrar equipamentos no ambiente domiciliar e no trabalho. O portador de marca-passo não deve consertar equipamentos ligados à rede elétrica e deve manter distância de cercas elétricas.
 
 Ressonância magnética: há restrições para a maioria dos modelos de dispositivos, principalmente os mais antigos. Consulte o seu médico a respeito antes de fazer o exame.
 
 Exercício físico: pergunte ao médico, pois o marcapasso por si só não o impede de exercer atividade física e sim se o portador tiver outra patologia cardíaca limitante que venha associada às doenças do sistema elétrico. Deve-se evitar grandes esforços com o músculo peitoral onde está implantado o sistema.
 
 Dirigir automóvel, motocicleta, andar, correr, nadar, pescar, viajar (avião, ônibus, trem, navio, etc.) também são permitidas ao portador de marca-passo, exceto se existirem outras doenças cardíacas limitantes.
 
 A durabilidade ou vida útil do marca-passo é de aproximadamente 8 anos. Mas cada caso é diferente do outro e a duração da bateria pode variar entre 6 e 15 anos.