Digital Jazz

Quincy Jones – Simplesmente Q

09/09/2014
Quincy Jones – Simplesmente Q | Jornal da Orla
Sua importância e influência no meio musical são inquestionáveis. Iniciou sua carreira tocando trompete e esteve ao lado das orquestras de Count Basie, Lionel Hampton, Dizzy Gillespie e de seu velho e querido amigo Ray Charles. Nada mal não é mesmo. Em 2008 recebeu uma justa homenagem pelas comemorações do seu 75º. Aniversário, num show memorável no Festival de Jazz de Montreux. São mais de 3 horas de duração (em 2 DVDs) lançados pelo Selo ST2, em que é relembrada a trajetória musical, e desse influente músico que passeou seu talento por diversos gêneros como o Jazz, Pop e pelas trilhas sonoras. Além de uma super Big Band, o show conta com as participações muito especiais dos convidados Herbie Hancock, Al Jarreau, Toots Thielemans, James Moody, Lee Ritenour, Chaka Khan, Patti Austin, Curtis Stigers entre outros.

 
A qualidade das imagens e do áudio impressionam e fazem jus ao grande talento do homenageado da noite, que já ganhou mais de 25 prêmios “Grammy”. Só para lembrar, Quincy Jones foi o responsável pela entrada de Ivan Lins no mercado americano em 1980, quando gravou “Dinorah, Dinorah”e “Love Dance” no premiado disco “Give Me The Night”, do guitarrista e cantor George Benson. Produziu também os premiados “Off The Wall” e “Thriller” de Michael Jackson e para Frank Sinatra, o belíssimo disco “L.A. Is My Lady”, além de diversas trilhas sonoras para o cinema e, televisão. E, também, aquela inesquecível reunião de artistas famosos que gravaram o tema “We Are The World”, para angariar fundos para a Etiópia. Um artista de talento, de muito trânsito e influência no meio musical. Este é Quincy Jones, simplesmente Q.
 
 
Freddy Cole – “In The Name Of Love”


 

Não deve ser fácil carregar o peso familiar de ser o irmão mais novo do inesquecível Nat King Cole. E vale lembrar, também, que ele é tio da cantora Natalie Cole. Música  é sinônimo da Família Cole. Mais isso nunca foi problema para o pianista e cantor Freddy Cole, que iniciou seu amor pela música bem cedo, com apenas seis anos de idade e teve como grande influência, além do irmão Nat, o genial cantor Billy Eckstine. Em 2003, lançou, pelo Selo Telarc Jazz, o belíssimo trabalho “In The Name Of Love”, que contou com o tempero bem brasileiro do pianista Cesar Camargo Mariano, do guitarrista e violonista Romero Lubambo e do percussionista Cyro Baptista, além de grandes músicos. O que mais chama a atenção neste trabalho foram as regravações de clássicos consagrados numa levada “bossanovista”, que agradou em cheio a crítica especializada e o público.
 
Sua voz suave, grave e elegante se completa perfeitamente pelo seu estilo de  tocar leve o piano. Não deixe de ouvir os temas  “Remember Me” num dueto de arrepiar com a cantora Jane Monheit e “I’m Not Alone”, ambas composições de Ivan Lins e Vitor Martins e também “Lady Love” e “I Loved You”, numa versão de emocionar, tema mais conhecido de Freddy Cole aqui no Brasil. A primeira versão desta música foi tema da novela “Dancin’Days”, no ano de 1978, e estourou nas paradas por aqui.Com mais de 80 anos, Freddy Cole continua a  esbanjar vitalidade e talento por onde passa, e tive a honra de trazê-lo a Santos para um show inesquecível no Sesc Santos alguns anos atrás. Uma lenda, de alma simples e extremamente musical. Não poderia ser diferente.
 

Traditional Jazz Band – “Standards”


 

A banda de jazz paulistana Traditional Jazz Band é uma das mais importantes do país e uma das mais queridas do público pelo seu talento, carisma e simpatia. Criada em 1964, em plena ditadura,  e com 50 anos de estrada, a banda passou por diversas fases e formações, mas nunca perdeu seu foco, que é o de apresentar a escola do jazz tradicional, sempre com intensidade e muita criatividade.  A discografia da banda com mais de 20 lançamentos é referência obrigatória de pesquisa musical. Extremamente ativa até os dias de hoje, faz shows regularmente em teatros, eventos corporativos e workshops em todas as partes do Brasil e fora do país também. O CD “Standards”, lançado pelo selo próprio TJB, esgotado no mercado e atualmente uma raridade para colecionadores, é um dos meus preferidos e faz parte dos vários  lançamentos da Série “Vamos ao Jazz”, um projeto de muito sucesso da banda que tem por objetivo apresentar as diversas fases do jazz, de forma simples e didática.
 
Tive a honra de produzir este projeto da banda aqui em Santos, que a cada semana apresentava uma escola diferente do Jazz. Sucesso absoluto. Destaco as baladas “Misty”, “Laura” e “Tenderly” e também os temas  “It Had To Be You”, “All Of Me” e “Broadway”. Simplesmente sensacionais. Cidão Lima, Edo Callia, Eduardo Bugni, Austin Roberts, Carlos Chaim, William Anderson e Marcos Mônaco, amigos queridos que fazem parte do time atual da banda, que é sinônimo de sucesso e alegria por onde passa.
 
Parabéns TJB pelos seu cinquentenário musical.