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Festival de horrores

22/08/2014
Festival de horrores | Jornal da Orla
O horário político gratuito no rádio e na televisão repete a fórmula de campanhas anteriores: blablablá sem sentido algum por parte dos candidatos, figuras caricatas e quase nada a se aproveitar. O que mais conseguem fazer é irritar o eleitor ou, na melhor das hipóteses, concorrer com programas humorísticos e provocar boas gargalhadas. 
 
Programas de governo e o que propõem para o país são questões relegadas a segundo plano. A chance de o eleitor se informar minimamente sobre o que pensa cada um dos candidatos, e apenas a cargos executivos, fica restrita aos debates eleitorais promovidos pelas emissoras de televisão.
 
O mais triste é que são os marqueteiros, contratados a peso de ouro, amparados por pesquisas realizadas pelos partidos, que orientam os candidatos a dizer o que o eleitor espera ouvir de seus futuros dirigentes, o que transforma a verdade na primeira vítima do processo eleitoral.
 
Nos bastidores, os acertos financeiros, acordos que jamais virão a público e que incluem altos financiamentos, cujos resultados serão cobrados mais adiante. De gratuito o horário político no rádio e na televisão não tem nada, haja vista que a empresas podem abater o equivalente de seu imposto de renda. Enfim, a conta maior do festival de horrores em que se transformou este modelo será, como sempre, paga pelo cidadão, que já arca com uma carga tributária das mais altas do planeta.
 
O que fazer neste período? O eleitor que assina TV a cabo pode simplesmente mudar de canal e assistir a um bom filme ou um programa informativo e cultural, mas aquele que não dispõe desse serviço só tem uma alternativa: desligar o aparelho. O fato é que um eleitor minimamente informado jamais vai escolher um candidato pelo que está vendo na TV ou ouvindo pelo rádio.
 
Tão insuportável quanto o horário político gratuito são os cavaletes deixados em vias públicas, que, além de ridículos, ainda colocam em risco a integridade das pessoas em caso de vento forte. Já que os políticos não tomam jeito, está mais do que na hora de o eleitor rejeitar aqueles que não têm por ele o menor respeito.