Durante muito tempo, a dificuldade de engravidar era atribuída somente às mulheres, mas hoje já se sabe que os homens respondem por 50% dos problemas que podem atrapalhar o sonho de ser pai. Segundo o médico ginecologista Condesmar Marcondes, do Núcleo Santista de Reprodução Humana, em 20% dos casos os dois apresentam problemas, daí a importância de o casal procurar auxílio médico para identificar onde está o problema e procurar e reverter – se possível – essa situação.
“O mais indicado é começar a pesquisar pelo homem, pois basta um exame laboratorial, mais simples do que na mulher”, comenta o médico. O exame, no caso, é o espermograma, que vai determinar a quantidade e a qualidade dos espermatozoides.
Infertilidade masculina, porém, não significa a impossibilidade definitiva de ter filhos. “Dependendo do caso, atualmente temos as opções de inseminação artificial e a fertilização in vitro, ou bebê de proveta. O diagnóstico é fundamental para a escolha do método mais indicado, que tiveram os custos barateados com o tempo”, comenta Condesmar Marcondes.
Ao contrário da mulher, que tem vida reprodutiva limitada pelo tempo, o homem começa a produzir espermatozoides na puberdade e continua produzindo até o fim da vida. Porém, algumas doenças, o uso de certos medicamentos e substâncias nocivas ao organismo podem atrapalhar a fertilidade.
Os vilões da infertilidade masculina
Além da baixa produção ou produção inadequada de espermatozoides, há outras causas de infertilidade masculina, algumas podem ser revertidas com tratamento. Infecção viral, como a caxumba, varicocele, e processos inflamatórios estão entre as principais. Varicocele são varizes que aparecem no cordão espermático e podem atrapalhar a produção de espermatozoides.
Bombas de academia – O uso de anabolizantes pode interromper de forma definitiva a produção de espermatozoides. Sua ação é parecida com a da testosterona em doses altas, uma vez que ambos bloqueiam o funcionamento da hipófise e, consequentemente, a produção de espermatozoides nos testículos.
Hábitos de vida – Também afetam negativamente a produção de espermatozoides hábitos como o tabagismo, drogas como maconha e cocaína, exercícios físicos em excesso, obesidade, exposição a produtos tóxicos e a poluição, estresse e má nutrição.
Remédio contra calvície – Um medicamento muito usado para combater a queda de cabelo – a finasterida -provoca diminuição do número de espermatozoides, principalmente naqueles que têm fatores de risco associados, como obesidade e varicocele.
Vasectomia – A fertilidade dos vasectomizados vai diminuindo com o tempo e a cirurgia de reversão não garante que os espermatozoides funcionem como antes. Após 5 anos de vasectomia, Condesmar Marcondes considera mais indicado recorrer a uma técnica de reprodução assistida. Dessa forma, é introduzida uma agulha nos testículos do homem, por meio da qual os espermatozoides são retirados.
