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Ouvidos e bocas

13/06/2014
Ouvidos e bocas | Jornal da Orla
Além disso, em um ambiente com muito ruído é comum se aumentar o volume da voz e falar alto demais por um tempo prolongado. E haja ouvidos para o barulho de vuvuzelas, apitos e rojões. Tanto desgaste das cordas vocais pode resultar em rouquidão e irritação na garganta. Os ouvidos também sofrem os efeitos dos excessos de decibéis produzidos por instrumentos sonoros populares nestas ocasiões.
 
Alguns cuidados simples ajudam a evitar danos e chegar inteiro ao final do campeonato. Segundo a fonoaudióloga Marisa Rosa, especialista em Linguagem e Fala pela PUC Campinas, o primeiro passo é manter o corpo hidratado. “Beber água é essencial para a saúde da nossa voz”, explica. Isso porque as cordas vocais, quando não estão hidratadas, encostam uma na outra ao vibrarem para produzir a fala e isso gera um atrito que vai prejudicar o movimento delas e, consequentemente, a fala.
 
Outra dica é tentar não forçar a voz ou falar alto. Caso isso não seja possível durante os jogos, tente dar um descanso para as cordas vocais nas horas e no dia seguinte. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas e líquidos muito gelados também prejudica as suas cordas vocais, facilitando a rouquidão. “A ingestão de álcool irá desidratar as cordas vocais, causando o atrito já citado que levará ao inchaço e à rouquidão”, afirma Marisa.
 
Retenha os primeiros goles na boca por um tempo, para que seu corpo de acostume a temperatura baixa e não entre em choque térmico. “Se o líquido descer muito gelado para as cordas vocais de uma hora para a outra, vai irritar a garganta.”

Cuidados com a audição

Segundo a otorrinolaringologista Samanta Dall Agnese, sons acima de 100dB (decibéis) durante apenas três minutos já são suficientes para causar dano às células da orelha. Para se ter um parâmetro, instrumentos sonoros populares entre as torcidas superam esta contagem: vuvuzela, 127 dB; corneta, 123,6 dB; pandeiro; 122,2 dB; apito do juiz: 121,8 dB.
 
“A exposição a sons explosivos, como fogos de artifício, mesmo que por período curto de tempo, também pode causar uma situação chamada trauma sonoro agudo”, explica a especialista. Nesse caso, o impacto nas células da audição leva a uma perda auditiva, que pode ser transitória ou permanente. Se o indivíduo já é portador de perda auditiva ou tem problemas crônicos de saúde, a chance de que a perda seja permanente se eleva.
 
Para evitar que isso aconteça, tente ficar longe de fontes sonoras, como caixas de som e fogos de artifício. Os sinais mais frequentes de dano auditivo por ruído são dores de ouvido, zumbido, irritação com sons altos e redução da capacidade auditiva. Se após exposição a som muito alto a pessoa apresentar esses sintomas, é importante procurar um profissional da área.