Comportamento

Motivos para ação

16/05/2014
Motivos para ação | Jornal da Orla
Sentido, energia, estímulo, “gás”. Várias expressões são usadas para definir o que impulsiona os movimentos da vida: a motivação, que nada mais é do que o “motivo para ação”, uma razão para fazer alguma coisa. É algo que não se pode adquirir nem delegar a outro, já que surge de dentro para fora. “É você quem precisa assumir as rédeas da sua vida e tomar decisões que impactarão no seu futuro”, afirma o psicólogo e coach João Alexandre Borba.

Ele lembra que muitas pessoas simplesmente não sabem o que fazer da vida. Algumas fazem cursos excelentes, mas, ao pegar o diploma, não têm ideia do que fazer com ele – e logo a vida volta a ser como era antes! “Falta motivação e tomada de decisão, e ninguém pode fazer isso pelo outro”, explica.
Tanto na vida pessoal como no campo profissional, a falta de motivação pode ter vários fatores como causa, mas sempre resulta em danos à qualidade de vida.

Quando perdemos a motivação, o cérebro parece paralisar, o corpo não reage, a vontade e a criatividade desaparecem. Não há interesse em aprender o novo, nem mudar velhos hábitos e, com isso, a pessoa entra no famoso “piloto automático”, agindo de forma mecânica e repetindo comportamentos sem parar para pensar. Geralmente, as pessoas nessa situação apresentam alteração no humor e, em alguns casos, tornam-se propensas a criar conflitos e a se excluírem da equipe.

Primeiro agir, depois sentir
Só há uma maneira de ficar motivado: agir! William James, um dos maiores psicólogos e filósofo americano, afirmou que a mais importante descoberta dos últimos 100 anos no campo do desenvolvimento humano foi que antes se pensava que, para agir, era preciso primeiro sentir. Hoje se sabe que, se começamos a agir, o sentimento aparece.

“O caminho deve ser inverso. Comece a agir, pois  daí os sentimentos começarão a mudar dentro de você. A intenção sem ação chama-se ilusão. Se você sente-se triste e começa a mover-se, pensar nas coisas que pensa quando está feliz, sua fisiologia modifica-se e então seus sentimentos também”, garante o médico e psicólogo Roberto Debski, especialista em Programa Neurolinguística (PNL), ciência que estuda como criamos nossos pensamentos e sentimentos, estados emocionais e comportamentos.

Ele cita um pressuposto na PNL que anuncia: A energia flui para onde a atenção está. “Com a vida é a mesma coisa. Aquilo em que focalizamos nossa atenção será como um filtro e atrairá nossa energia. Podemos escolher e produzir condições mais favoráveis para o nosso desenvolvimento pessoal, a decisão de reclamar das condições ou buscar novo solo na nossa existência depende de cada um de nós. Se não vivermos harmoniosamente, através do autoconhecimento e do gerenciamento, ou cuidado com nossas emoções, seremos fatalmente controlados por elas”.

Atitudes positivas fazem a diferença
Para o psicólogo João Alexandre Borba, a chave do sucesso está em cada um, em como a pessoa encontra força para manter-se motivada e lida com situações que podem acabar com sua paciência e equilíbrio.

Condicione a mente – “Uma das atitudes que eu sempre digo para as pessoas fazerem é condicionar a própria mente, ou seja, concentrar-se nos pensamentos positivos e evitar os negativos”, ressalta.

Cuide do corpo – Além da mente, é preciso condicionar o corpo também, afinal, “saco vazio não para em pé”. Por isso, mantenha suas metas de alimentação e exercícios físicos em dia e as siga da mesma forma como você seguiria um plano de negócios.

Trace metas – É algo importante para manter a motivação. “Grandes coisas simplesmente não acontecem automaticamente, é preciso planejamento”, ressalta Borba. Para isso, escolha objetivos que você pode atingir e pesquise muito sobre como alcançá-los, ou seja, tire todas as dúvidas que possam existir pelo caminho.  

Afaste-se de pessoas negativas – É importante também conhecer as pessoas que caminham ao seu lado. “Pessoas negativas desperdiçam tanto o tempo delas quanto o seu, portanto, permanecer junto a elas é o mesmo que atirar no próprio pé. O ideal é ficar perto de pessoas motivadas, que passarão energias positivas para você e, consequentemente, você se sentirá mais motivado”,
comenta o psicólogo.

Assuma seus erros e acertos – Evite culpar a sorte, o destino ou o Divino. Tanto os erros quanto os acertos foram seus: aceite-os, mas não se acomode – aprenda com os erros e persista no caminho dos acertos.

Corra riscos! Só assim você aprende coisas novas  – e isso vale também para a vida pessoal. Pisar em um território desconhecido pode ser assustador, mas, ao mesmo tempo, completamente motivador. Viajar e conhecer lugares novos é o melhor exemplo disso.

Seja confiante – Outra dica importante é ser confiante e não esperar a perfeição em tudo o que faz: “busque a excelência, e não o perfeito”, diz Borba. Entenda que permanecer parado e não agir é o único erro real que existe na vida. Afinal, você não adquire experiência, não conhece pessoas e, além disso, é mais fácil de visualizar as possibilidades quando está em movimento.