Comportamento

Escrita reveladora

25/04/2014
Escrita reveladora | Jornal da Orla
A letra é um dos focos de atenção no processo de alfabetização e aprendizagem, mas sua importância vai muito além da questão estética e de estilo. A letra revela a personalidade e a alma do autor da escrita.
 
De acordo com o psicanalista José Bosco, o estudo da grafologia possibilita ao indivíduo se conhecer melhor à medida que revela suas características conscientes e inconscientes. “A assinatura, inclusive, tanto em sua gênese como em sua posição no papel, está intimamente ligada à postura mental do indivíduo”, diz. “A grafologia também é usada para revelar características fisiológicas e potenciais de doenças ainda não manifestadas, bem como é usada para auto-aprimoramento”, acrescenta José Bosco, estudioso e autor de livros sobre o tema.

Inclinação- José Bosco comenta que a inclinação da escrita está diretamente ligada à introversão ou extroversão do indivíduo, com base no estudo da Simbologia de Gustav Jung. A escrita inclinada para a direita é sinal de extroversão, a inclinação para a esquerda é sinal de introversão. O equilíbrio emocional é verificado na escrita perpendicular ou com pouca inclinação.
 
De forma – A letra dita “de forma”, também conhecida como “letra maiúscula”, reflete um estado mental onde há uma sublimação dos desejos, significando evolução intelectual, mas também está relacionada a excessivo autocontrole do Id, ou seja, da instância psíquica ligada aos impulsos e pulsões sexuais.
 
Vários tipos – Uma pessoa pode aparentar ter vários tipos de letras, mas os detalhes mínimos conscientes e inconscientes são idênticos, embora não sejam percebidos facilmente por um leigo, que somente observa a visão geral da escrita. 
 
Garranchos – Chamados de letra de médico, os garranchos podem ter várias interpretações grafológicas, dependendo do contexto da escrita, explica o psicanalista. Num contexto positivo, a letra feia significa rapidez de raciocínio, em que a velocidade da mão não acompanha a agilidade de pensamento do cérebro e a letra se modifica para apressar a velocidade da escrita. Num contexto negativo, a letra feia pode significar neuroses excessivas, tensão psíquica, tendências autopunitivas etc.
 
Mudanças – De acordo com José Bosco, a letra se modifica ao longo dos anos basicamente por dois motivos: a mudança contínua da personalidade na passagem das fases iniciais da vida até a vida adulta e também pelo natural envelhecimento do organismo, onde doenças vão surgindo e o plano fisiológico se reflete no plano psicológico, logo, na mente e na escrita do indivíduo.
 
Influência no comportamento – O psicanalista informa que a mudança consciente da escrita tem reflexo na mudança comportamental. “A Grafoterapia é a terapia alternativa pela qual, conscientemente, o autor da escrita vai, pouco a pouco, através de exercícios contínuos, modificando sua escrita em alguns itens predefinidos pelo terapeuta grafologista, e isso se reflete em seu comportamento. Esse estudo, já comprovado em vários países, surgiu na França logo após a Segunda Guerra Mundial, em que a técnica foi utilizada no auxílio de crianças traumatizadas pela violência que viram e viveram”.
 
Tendência a doenças – José Bosco afirma que, através da Grafopatologia, é possível verificar tendências a doenças que um indivíduo pode ter, verificando-se sua escrita. “Vários estudos médicos mostram que a escrita pode revelar, anos antes, tendências a doenças ainda não manifestadas. Na década de 1970, o estudo foi realizado, com a aplicação de Grafopatologia pela American Cancer Association e apresentou um índice de acerto de 98% para casos de câncer em que a biópsia havia dado positiva”.