Geral

56% dos empresários esperam vender mais com a Copa

14/04/2014
56% dos empresários esperam vender mais com a Copa | Jornal da Orla
Um estudo realizado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) com empresários do ramo de comércio e prestação de serviços mostrou que 56% dos empresários têm a expectativa de aumentar suas vendas durante o período de realização da Copa do Mundo no Brasil. Desse percentual, 16% afirmam estar extremamente otimistas quanto à possibilidade de vender mais. Cerca de um terço (33%) dos entrevistados estão indiferentes, isto é, acreditam que as vendas não devem se alterar em função do torneio e somente 7% esperam queda nas vendas.
 
O levantamento também detectou distintos graus de otimismo por segmentos pesquisados. Os empresários do setor de hotelaria são os que têm melhores perspectivas de lucratividade durante a realização do torneio no Brasil. Quase 70% dos entrevistados gestores ou donos de empreendimentos na área de hotelaria, pousadas e albergues acreditam que o seu setor será um dos que mais lucrará com a Copa. Empresários do setor de lazer (56%), alimentação (55,6%) e transporte (38,2%) também estão otimistas, mas em menor escala.
 
Em posição oposta, está o setor do comércio. O percentual dos que avaliam que o seu segmento será um dos que menos vai lucrar (27,5%) é maior do que os que projetam grande faturamento nas vendas (23,8%).
 
Na avaliação do presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, os feriados decretados em dias de jogos e o horário reduzido de funcionamento de alguns estabelecimentos comerciais explicam, em parte, o pouco entusiasmo dos comerciantes com a realização da Copa. Exemplo disso, é que o comércio figura como o segmento em que mais empresários reduzirão o horário de atendimento ao público quando as seleções estiverem em campo: 19% nas lojas de rua e 20% nas lojas localizadas nos shopping centers. Por outro lado, a maior parte dos empresários do ramo de transporte e lazer ampliará o horário de atendimento, com 33% e 34% dos casos, respectivamente.
 
“O turista que vem para a Copa não está interessado exatamente em comprar, mas sim em gastar com lazer, alimentação, transporte e atrações turísticas. Por isso que os segmentos apresentam percepções diferentes quanto à realização da Copa”, justifica Pellizzaro Junior. 
 
Pouca preparação
 
Seis em cada dez (63%) empresários entrevistados não fez e nem irá fazer modificações ou investimentos no próprio negócio em função da Copa do Mundo. Dois em cada dez (19%) pretendem se preparar, mas ainda não começaram e 18% já estão preparados.
 
O Rio de Janeiro aparece com o mais alto percentual de empresários que não tem o interesse em se preparar (78%), seguido por São Paulo (70%) e Brasília (67%). Para Pellizzaro Junior, a decisão de não investir na melhoria do negócio não significa, necessariamente, falta de interesse em lucrar com o evento. “Mas pode sinalizar que essas cidades, em especial, já possuem uma capacidade instalada suficiente para suportar a demanda extra”.
 
Já as capitais do Nordeste, que não tem a mesma tradição em abrigar grandes eventos internacionais, tendem a avaliar a Copa do Mundo como uma oportunidade de crescimento e demonstram uma maior preocupação com os preparativos. Em Fortaleza, 81% dos entrevistados afirmaram que já se prepararam ou que pretendem se preparar para o evento, em seguida surgem Recife (72%) e Salvador (59%).
 
Dentre os que não pretendem fazer investimentos, 42% justificam a decisão pela descrença de que haverá um aumento significativo da demanda que dispensem investimentos em seus negócios.
 
Formas de preparação para o evento
 
Dentre os 37% de empresários que afirmam ter se preparado ou estão se preparando para receber mais demandas durante a Copa do Mundo, percebe-se que a maior parte das adequações está relacionada à ampliação de estoques (51%) e contratação de funcionários (40%). Na sequência, surgem investimentos como aumento da variedade de produtos (39%) e treinamento de equipe (37%). Dos empresários que estão se preparando, a maioria (36%) começou os preparativos há menos de três meses e 30% num período entre seis meses e um ano.
 
No setor de comércio de rua e shopping center, o investimento mais comum é a ampliação do estoque, com 57% e 54%, respectivamente. Já a contratação de funcionários foi a opção mais citada pelos empresários do ramo de hotelaria (60%), alimentação (54%) e diversão (58%). Por fim, os empreendedores de transportes e agências de turismo têm apostado principalmente no treinamento da equipe, com 38% e 69%, dos casos.