Depois de uma vida de atividade, servindo, provendo, dando amor e dedicação, muitas pessoas recebem em troca o abandono dos filhos em um momento de fragilidade física e mental: a velhice. Justamente em uma fase da vida em que, se não há mais vigor físico, há a experiência e sabedoria acumuladas ao longo dos anos, virtudes muitas vezes desprezadas pelos mais novos em nome da falta de tempo e paciência.
Em Santos, o Instituto Energia iniciou uma campanha educativa em parceria com a Prefeitura sobre a importância do combate à violência contra os mais velhos. Desde outubro de 2013, a ONG presta atendimento psicossocial gratuito e trabalha para interromper a violação de direitos do idoso, superar conflitos e fortalecer os vínculos familiares.
Na sexta-feira (4), foram distribuídas quatro mil cartilhas educativas no Poupatempo e na Praça Mauá, no Centro, alertando a sociedade em relação aos maus-tratos praticados contra esse segmento da população. A cartilha demonstra que, de acordo com pesquisas, cerca de 12% dos mais de 18 milhões de idosos brasileiros já sofreram algum tipo de violência. São casos que vão de abandono afetivo ao não provimento de necessidades básicas, desvio de pensão, de aposentadoria ou outro tipo de rendimento. O material reforça a necessidade da denúncia e apresenta lista de telefones e serviços aptos a receber as acusações.
Atendimento multidisciplinar
As pessoas atendidas pela equipe multidisciplinar (terapeuta ocupacional, psicólogo, assistente social e outros profissionais) do Instituto Energia são encaminhadas ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Nas visitas semanais são propostas atividades para o idoso e o cuidador. Até agora foram enviadas 60 pessoas ao projeto, sendo 41 acompanhadas (11 morreram e 8 não foram atendidas por mudança de município, endereço incorreto e desistência). O convênio é mantido com R$ 116 mil repassados pelo Fundo Municipal de Assistência Social.
