Digital Jazz

As séries de TV e o Jazz

04/04/2014
As séries de TV e o Jazz | Jornal da Orla
A Série de TV que mais me marcou foi Batman, e seu tema de abertura, até hoje, é referência musical. E todos os temas da série tinham o Jazz como base das composições. A trilha original foi composta nos anos sessenta pelo trompetista de Jazz Neil Hefti, que também participou das orquestras de Count Basie e Woddy Herman.
 
Outros compositores de trilhas de séries da TV merecem destaque. O primeiro é Henry Mancini, considerado como um dos maiores compositores de trilhas sonoras de todos os tempos. E que teve na sua adolescência o privilégio de trabalhar na Orquestra de Glenn Miller. As suas principais trilhas: “Os Detetives”, “O Vigilante”, “Mr. Lucky” e “Peter Gunn”.
 
Outro que merece destaque é Nelson Riddle, que foi um dos mais notáveis arranjadores do jazz entre os anos 50 e 60 e assinou trilhas de sucesso como: “Emergência”, “Os Intocáveis” e “Rota 66”.
 
Lembro também das séries  “Missão Impossível” (Lalo Schifrin), “Perry Mason” (Fred Steiner) , “Havaii Five-O” (Mort Stevens), “The Tonight Show” (Steve Allen), “Chips” (de John Parker), “Baretta” (Dave Grusin e Morgan Arnes), “Msquad” (Count Basie), “Asphalt Jungle” (Duke Ellington).
 
Outra série inesquecível para mim, “A Gata e o Rato”, com grande destaque da bela atriz Cybill Sheperd ao lado de Bruce Willis. Inclusive ela se revelou como grande cantora de Jazz, gravando, na trilha sonora original da série, os temas “Blue Moon” e “I Told Ya I Love Ya, Now Get Out”, ao lado de uma super Big Band. Dois temas incríveis e que contaram com uma “performance” impecável e marcante.
 
Para finalizar nossa viagem pelo tempo, destaco a série “Pan Am”, exibida recentemente pelo canal a cabo Sony, que inclusive já destaquei aqui na coluna e que reuniu uma grande seleção de clássicos do Jazz interpretados por Ella Fitzgerald, Billie Holliday, Dinah Washington, Shirley Horn, Peggy Lee, Bobby Darin, Count Basie, e até os nossos “BossaNovistas” João Gilberto e Sérgio Mendes entre outros.
 
Comece a reparar que o Jazz está em todos os cantos e, graças à exibição de várias destas séries nos dias de hoje, acredito que muitos apreciadores do Jazz serão mantidos e muitos outros conquistados.
 
Talvez você não tenha nem reparado, mas o Jazz se fez e se fará sempre presente até nos nossos momentos de lazer e de relaxamento à frente da TV. Divirta-se.

 
The Pizzarelli Boys – “Desert Island Dreamers”

 
Em 2010, foi lançado pelo selo Arbors Jazz o magnífico CD “The Pizzarelli Boys – Desert Island Dreamers”, reunindo em estúdio o patriarca da Família Pizzarelli, o oitentão ativo e simpático guitarrista Bucky, o rei do Swing jazz, o guitarrista e cantor John e o seu irmão, o contrabaixista Martin, que marca a pulsação do grupo. E, mais, o genial pianista Larry Fuller, o baterista professor Tony Tedesco, o violinista Aaron Weinstein e a talentosa atriz e cantora da Broadway Jessica Molaskey (esposa de John). Tudo em família e no mais alto astral e intensa sintonia.
 
Este é o segundo trabalho gravado com esta formação e que reúne mais alguns temas marcantes na trajetória musical de sucesso dos “Pizzarelli’s”.
 
Destaco a surpreendente versão jazzística de “Stairway To Heaven”, do grupo de rock Led Zeppelin, e as músicas que o “paizão” Bucky tocava para seus filhos na hora de dormir quando eles (John, Martin e irmãos) eram crianças, “By Myself”, “Over The Rainbow” e “Danny Boy” e as minhas preferidas “A Man Alone” e “Emily”.
 
E, saiba, em primeira mão, que o guitarrista e cantor John Pizzarelli, no mês de maio, estará de volta ao Brasil, para mais uma grande turnê, passando por São Paulo, Rio e Natal, Recife e outras cidades. Não deixe de prestigiar, pois trata-se de um dos principais artistas de Jazz da atualidade e um dos meus preferidos.


 

Charlie Watts  –  “Warm & Tender”
 

 
Se você gosta de surpresas, vou indicar o trabalho impecável do baterista (roqueiro setentão do Rolling Stones) Charlie Watts, que é um fã incondicional do Jazz.
 
Só para você ter uma ideia do seu amor pelo gênero, entre uma turnê e outra da banda, ele gosta de reunir seus amigos jazzistas para apresentações privadas, verdadeiras “jam sessions” e na sua carreira solo gravou vários discos de Jazz primorosos. Quem diria.
 
E outra curiosidade: ele começou a tocar bateria acompanhando os discos de Jazz que colecionava.
 
Em 1993, lançou pelo selo Continuum Records o raríssimo trabalho “Warm & Tender”, ao lado de um quinteto afinadíssimo, formado por Peter King no sax alto, Gerard Presencer no trompete e Flugelhorn, Brian Lemon no piano e David Green no contrabaixo, com destaque para a voz surpreendente do cantor Bernard Fowler (backing vocal do Rolling Stones, que na época da gravação do disco tinha um visual de cantor de reggae, nunca de um cantor de Jazz) e também a participação muito especial das cordas da Metropolitan Orchestra, composta por vinte e cinco músicos.
 
São dezesseis temas maravilhosos e com belos e surpreendentes arranjos, que com certeza vão fazer você se emocionar.
 
Destaque para “Bewitched”, “My Foolish Heart”, “My One And Only Love”, “I’m Glad There Is You”, “For All We Know” e o meu tema preferido “You Go To My Head”. Um disco sublime e envolvente.