A morte do ator Paulo Goulart este mês encerrou um casamento de 60 anos com a também atriz Nicette Bruno. Nos dias de hoje, na contramão das promessas feitas no altar, casamentos duradouros estão se tornando exceção e motivo de admiração e curiosidade sobre os segredos que guardam. Mas mesmo entre famosos, mais suscetíveis a boatos e assédios, há exemplos de uniões estáveis, como os casais Bruna Lombardi e Carlos Alberto Ricelli, Fátima Bernardes e William Bonner, Tarcísio Meira e Glória Menezes, e tantos outros.
Afinal, há segredos para o sucesso de um casamento? A psicoterapeuta Márcia Atik não acredita em receitas específicas, além da educação e respeito pelo outro, pois cada casal funciona de uma maneira particular. Para ela, a falta de comprometimento com um projeto de vida a dois é a razão maior da curta durabilidade de muitos casamentos. “Além de amor, o casamento exige um projeto de olhar na mesma direção”, diz.
Nem tanto ao mar nem tanto à terra
Para Márcia, o que faltava no passado há em demasia nos relacionamentos atuais e vice-versa. “Antes, as pessoas tinham mais compreensão para levar a relação adiante, mas havia também uma falta de individualidade, uma submissão aos papéis rígidos que um casamento trazia, o que tornava a união um fardo que se tinha que carregar”. Em outras palavras, uma relação de acomodação ou, pior, obediência, onde o homem falava, a mulher acatava e ninguém brigava.
“O papel da mulher era inexistente, além daquele de ser mãe e dona de casa, e nesse sentido não havia muita chance de reivindicar e, naturalmente, surgia a acomodação, o que resultava em pessoas infelizes, mas sem a percepção disso”, analisa a psicoterapeuta. Para ela, a entrada da mulher no mercado de trabalho e a consequente independência econômica não influenciaram no aumento de separações. “Acontece que a mulher hoje já se apropria daquilo que deseja e, nesse sentido, não suporta mais sujeitar-se apenas ao desejo do outro, como era clássico nos casamentos mais antigos”.
Mas casamento duradouro não é sinônimo de casamento feliz. Márcia comenta que basta observar as mesas de um restaurante para perceber a diferença. “Quando a relação é apenas de tolerância o casal não se comunica, não conversa e não se ouve. Mesmo com todas as conquistas ainda percebemos isso claramente. A questão financeira ainda segura muitos casamentos infelizes”.
Dicas para fazer dar certo
Um casamento tem várias etapas: a dos filhos pequenos, deles adolescentes, deles indo embora. Existe a fase da luta pela vida, a da estabilização profissional e financeira de cada um, a da aposentadoria com predomínio da fase de lazer. São vários caminhos e há o risco dos casais se perderem em uma dessas transições. O site YourTango listou cinco maneiras para fazer um casamento dar certo:
Compromisso – É normal que o casal experimente altos e baixos durante os anos, mas quando algo de ruim acontece é importante que os dois saibam que estão no mesmo barco. Assim fica mais fácil um ajudar ao outro.
Romance – Os casais devem dedicar um tempo para eles, longe de seus empregos e filhos. Se você não pode se dar ao luxo de tirar folgas nos finais de semana, dedique algum momento para ficar na cama, para um pequeno almoço ou, pelo menos, assistir a um filme romântico.
Comunicação – É preciso que o casal dedique tempo para se concentrar um ao outro. Reserve algum momento do dia para que os dois possam ouvir e falar sobre o que aconteceu no trabalho, por exemplo. O objetivo é conhecer o seu cônjuge de forma mais íntima.
Diferenças- Reconhecer e respeitá-las, partilhar um dos interesses do outro e, não menos importante, ter espaço para fazer as coisas que gosta, mesmo que sozinho.
Aconselhamento – Não espere até o último minuto para pedir ajuda. Um conselheiro matrimonial respeitável pode ouvir as suas queixas e preocupações e, em seguida, colocá-lo na direção certa.
