Quem mora na Baixada Santista sofre com dias cada vez mais quentes e abafados. Todo ano a história se repete e ventiladores são pouco eficientes quando a missão é refrescar os ambientes. Por isso, um item que muitos ainda é apontado como um luxo torna-se um grande desejo de diversas famílias: o ar-condicionado.
O aparelho aparece como um super-herói na luta contra o calor, um mocinho na guerra para tornar o dia-a-dia menos quente e desgastante. Porém nem tudo são flores. O ar-condicionado pode ser um vilão do orçamento familiar. Quem transmite o sinal de alerta é o consultor financeiro Marcelo Rocha. De acordo com ele, a principal atenção deve ser direcionada à conta de luz.
“Um aparelho novo de 7.500 BTUs, um dos mais simples e básicos do mercado, se usado diariamente por oito horas gera um consumo de 240 Kwh (kilowatts) por mês para funcionar. Isso equivale, em média, a cerca de R$ 70,00 a mais na conta de energia elétrica, sem incluir os impostos. Por isso, é importante usá-lo apenas durante as horas de sono e ao longo do dia buscar a utilização de ventiladores”, explica Rocha.
De forma resumida, isto quer dizer que se uma família gasta mensalmente R$ 100,00 de luz, o uso do ar-condicionado, portanto, representará 70% a mais de investimento, fator que pode ser a diferença entre deixar o orçamento no azul ou no vermelho.
Além disso, de acordo com Rocha, é necessário levar em conta que o ar-condicionado é um eletrodoméstico carregado de despesas agregadas. “Muitas pessoas fazem contas para encaixar o valor do aparelho, algo em torno de R$ 700 e 800 nas contas da família. Mas esquecem que também terão que arcar, fora a conta de luz, com a instalação do equipamento, com possíveis manutenções e, até mesmo, com remédios em casos de doenças como a gripe, geradas pelo contato exagerado com o ar-refrigerado”.
Sem dúvida, com o calor registrado em todo o verão, nada mais normal do que pensar em adquirir um ar-condicionado. Mas se uma família já se encontra em dificuldades financeiras, Rocha afirma que comprar um climatizador de ambientes pode ser um grande risco.
“O jeito é apelar para o ventilador, que consome menos energia e é um eletrodoméstico muito mais barato. O consumidor não pode se levar pela emoção, e, neste caso, pelo calor. Se o orçamento está comprometido, é preciso pensar muito bem no que adquirir e sua real utilidade. E esta dica não vale apenas para quem deseja adquirir um aparelho de ar-refrigerado. É útil em todos os aspectos”.
