Comportamento

Acabou a moleza

24/01/2014
Acabou a moleza | Jornal da Orla

Alegria no reencontro com os amigos, expectativa com o novo ano letivo, tarefas diárias. Dentro de alguns dias, milhões de crianças e adolescentes voltam às aulas, um exercício que a princípio pode ser difícil depois de um período de férias, sem hora para dormir ou acordar e o tempo todo para se divertir. Para os pais também é tempo de se reorganizar e ajudar os pequenos a se adaptarem a uma rotina de tarefas escolares e horários fixos.

“No caso de mudança, os filhos precisam perceber que os pais confiam nos educadores e no projeto da nova escola. As crianças comunicam-se e criam laços facilmente, basta observá-las em uma praça ou parque. Logo farão novos amigos”, comenta a pedagoga Francisca Paris. Apesar de o sofrimento variar de acordo com a faixa etária, os jovens tendem a sofrer mais. É nessa fase que os adolescentes formam grupos, que são fundamentais na construção de sua identidade e autonomia.  
Mediante todos os esforços, se o aluno ainda apresentar dificuldades em adaptar-se, a decisão pode ser repensada. Francisca Paris aponta dois caminhos: ou decide-se por uma nova mudança, ou tenta-se, junto ao filho, encarar a frustração como processo de amadurecimento.

Mitos da primeira infância na escola

Criança que não divide o brinquedo é egoísta – Nos primeiros anos de vida, a criança encontra-se num momento autocentrado do seu desenvolvimento e desconhece as regras de convivência social. A compreensão do sentido e do prazer de compartilhar virá posteriormente, depois de um processo mais amplo de reconhecimento do outro. 
 
Criança adaptada é extrovertida e participativa –  Existem as crianças extrovertidas e as crianças tímidas. O respeito à personalidade de cada uma é essencial para o processo de adaptação e o direito à timidez precisa ser assegurado. Elogiar apenas os alunos mais participativos aprofunda o sentimento de não-pertencente. 
 
Todos precisam ser amigos – No período de adaptação, primeiro há a criação do vínculo para que o trabalho escolar aconteça. Ele deve estar baseado no respeito entre as crianças e entre elas e os professores. Aos poucos – e naturalmente-, a afetividade vai sendo construída baseada nas afinidades dentro do grupo. 
 
Criança integrada ao grupo não chora mais – O choro é apenas um sintoma do desconforto da criança. Interpretar esse e outros sinais – como inapetência e doenças constantes – é fundamental durante a adaptação. 

Peso da mochila não deve exceder 10% do peso da criança
O uso de mochilas com peso excessivo (acima de 10% do peso da criança), especialmente se carregadas de forma inadequada, pode provocar dores e até problemas na postura, segundo orientações elaboradas pelo Proteste e pela Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica.
 
Ao escolher uma mochila, é importante que ela seja leve. Quando estiver vazia, não deve pesar mais que meio quilo. O ideal é que seja de duas tiras, pois as de tira única para o ombro não distribuem o peso uniformemente, o que pode causar problemas de postura. O estudante deve tensionar as tiras para que a mochila fique bem junto ao corpo e aproximadamente a 5 cm acima da linha da cintura.
 
As alças devem ser acolchoadas, reguláveis e com largura mínima de 4 cm na altura dos ombros. Tiras estreitas podem causar compressão nos ombros e restringir a circulação. É interessante também concentrar os objetos mais pesados no centro da mochila e mais próximos das costas. 
 
As mochilas com rodinhas podem ser uma alternativa para o excesso de peso. A Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica alerta, no entanto, que é preciso ter cuidado com a alça do carrinho que deve estar a uma altura apropriada. As costas devem estar retas ao puxá-la. 
 
Pais e escola devem dialogar para resolver o problema do excesso de peso que os alunos carregam. Compete aos pais também conferir periodicamente as pastas escolares a fim de evitar que os filhos carreguem objetos desnecessários. 

Presença dos pais atrapalha 

Eles têm direito de ser informados sobre as fases de desenvolvimento da criança e as estratégias pedagógicas usadas durante a adaptação. A ansiedade dos pais vai diminuir à medida que a confiança na escola aumenta – e isso só acontece quando há informações precisas sobre a trajetória dos pequenos. 
Fonte: site revistaescola