Albert Einstein, Amadeus Mozart, Pelé. Homens de épocas diferentes, mas todos geniais em suas áreas de atuação. Einstein com excepcional aptidão lógico-matemática; Mozart, com talento musical incomum, e Pelé dotado de rapidez física e de raciocínio que até hoje o mantém no trono de Rei do Futebol. Eles são exemplos clássicos da teoria das inteligências múltiplas desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Howard Gardner, no início da década de 1980.
A teoria defende que existem talentos diferenciados para atividades específicas. Antes dessa descoberta, a principal teoria que tratava da inteligência era a de Alfred Binet, que criou um teste de inteligência que media o QI (Quociente de Inteligência), mas sua área de atuação se limitava apenas à matemática e à linguagem. Ou seja, o indivíduo bom em cálculos era considerado inteligente, do contrário…
O significado da palavra parece justificar a teoria. Inteligência tem sua origem na junção de duas outras palavras latinas: inter (entre) e legere (eleger ou escolher), quer dizer, é a capacidade de fazer a escolha melhor entre duas ou mais situações. Para Howard Gardner, a inteligência humana é como um quebra-cabeça composto por oito diferentes tipos, todos de mesmo valor e importância. São características que classificam que tipo de inteligência cada pessoa possui. Portanto, se seu filho não tira as melhores notas em matemática, é capaz que seu talento esteja localizado em áreas bem distantes das equações.
Cada um com seu talento
Afinal, uma pessoa pode ser um gênio na matemática, outra um craque no futebol. Há aqueles com grande facilidade de aprender idiomas, outros com talento excepcional para a música e artes em geral. Uma pessoa pode ter dificuldade em física, química e matemática, mas tira de ouvido qualquer melodia no violão.
Só a genética não é suficiente para determinar o tipo de inteligência predominante no indivíduo. Para o psicólogo, o que leva as pessoas a desenvolver capacidades inatas são a educação que recebem e as oportunidades que encontram. Por exemplo, se uma pessoa nasce com uma inteligência musical, porém as condições ambientais (escola, família, região onde mora) não oferecem estímulos para o desenvolvimento dessa capacidade, dificilmente será um músico.
De acordo com Gardner, são raríssimos os casos em que uma pessoa possui diversas inteligências desenvolvidas, como foi Leonardo da Vinci, que se destacou como excelente pintor, botânico, matemático, anatomista e inventor.
A percepção de Gardner surgiu quando uma lista de ex-alunos nota 10 de Harvard dos anos anteriores foi procurada na década de 1980 e constatou-se que metade não estava em carreiras de sucesso e tampouco promissoras, mas outros, que mantinham notas regulares, se destacaram graças à sua capacidade de relacionamento interpessoal, ou seja, a forma como lidavam com outras pessoas na vida diária e no mercado de trabalho.
Qual é a sua inteligência
Lógica – voltada para conclusões baseadas em dados numéricos e na razão. Está presente em pessoas que podem enxergar as projeções geométricas, têm facilidade para solucionar problemas matemáticos, da área da informática, química ou física. As pessoas com esta inteligência possuem facilidade em explicar as coisas utilizando-se de fórmulas e números.
Linguística – capacidade elevada de utilizar a língua para comunicação e expressão. Os indivíduos com esta inteligência desenvolvida são ótimos oradores e comunicadores, além de possuírem grande capacidade de aprendizado de idiomas. A inteligência verbal ou linguística aparece aos dois anos de idade, porém vai-se definindo ao longo da vida. Normalmente são pessoas que gostam de ler, escrever, tem boa memória, ótima verbalização e sabem debater. Presente em escritores, poetas, jornalistas…
Corporal – grande capacidade de utilizar o corpo para se expressar ou em atividades artísticas e esportivas. Um campeão de ginástica olímpica ou um dançarino famoso, com certeza, possui esta inteligência bem desenvolvida.
Naturalista – voltada para a análise e compreensão dos fenômenos da natureza (físicos, climáticos, astronômicos, químicos).
Intrapessoal – pessoas com esta inteligência possuem a capacidade de se autoconhecerem, tomando atitudes capazes de melhorar a vida com base nestes conhecimentos.
Interpessoal – facilidade em estabelecer relacionamentos com outras pessoas. Indivíduos com esta inteligência conseguem facilmente identificar a personalidade de outros. Costumam ser ótimos líderes e atuam com facilidade em trabalhos em equipe.
Espacial – habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. É a inteligência dos artistas plásticos, dos engenheiros e dos arquitetos. Em crianças pequenas, o potencial especial nessa inteligência é percebido através da habilidade para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes visuais.
Musical – está ligada à sensibilidade em relação a notas e timbres e à habilidade de criar novas músicas e padrões musicais. A inteligência musical está presente em crianças que se movimentam ao som de uma música como que obedecendo a ordens, pessoas que têm boa entonação de voz, ritmo, timbre e sensibilidade emocional à música. Aparece em compositores, músicos, maestros e cantores.
