Fala-se muito sobre a importância das relações entre as cidades e os portos nela instalados. Antes de nos dedicarmos aos vários fatores que impulsionam os portos às necessidades de se entenderem com suas cidades, e também destas quanto às responsabilidades de pensarem em sua principal atividade, somos levados a apresentar temas que demonstram tais envolvimentos e consequências.
Cremos que grande parte da população, de nossa cidade e região, percebe a importância do Porto de Santos, para vitalidade econômica e qualidade de vida, com a geração de empregos e das atividades subsequentes.
Certamente, muitos de nós, moradores de Santos e região, podemos identificar amigos e parentes que exercem suas atividades profissionais nos negócios portuários e suas atividades correlatas.
Também podemos identificar quantas atividades empresariais, que não são portuárias, porém têm vida econômica ativa por prestarem serviços ou comercializarem produtos, para empresas portuárias e suas atividades ligadas.
A verdade é que, ao menos na cidade de Santos, as atividades portuárias diretas e indiretas caracterizam-se como condutoras econômicas, representando cerca de 65% de participação, frente à totalidade de negócios de nossa cidade.
Desta forma a ligação entre a cidade e o porto não é uma opção é na verdade uma constatação.
Como sabemos toda relação envolve, trocas, envolvimentos e responsabilidades mútuas.
Neste momento, o Porto de Santos, precisa que a cidade de Santos, e região, responda às responsabilidades resultantes dessa parceria.
O Porto de Santos enfrenta sérios problemas com questões fundamentais para a sua competitividade e para suas relações com a comunidade, que vive em seu entorno.
A dragagem fundamental para a acessibilidade dos navios, que precisam operar suas cargas no Porto de Santos, não tem sido realizada pela falta do novo contrato, que por várias vezes foi anunciado, mas continua nas promessas.
As obras da nova avenida perimetral, entre a Bacia do Macuco e a Praça do Mercado de Peixe, tão importante para as melhorias viárias e da urbanização da região, melhorando a interface entre o porto e a cidade, também por várias vezes anunciadas, não têm data exata para seu início.
Este é um momento para os líderes de nossa cidade e para todo cidadão se posicionarem, e pressionando o Governo Federal, para que cumpra com suas responsabilidades.
Um porto sem dragagem e com problemas nos sistemas viários urbanos é um porto que perde competitividade e gera maiores transtornos para a comunidade. E estes problemas se refletem na cidade e nos seus cidadãos.
Sabemos que o ministro Helber Barbalho, da Secretaria de Portos, e a Diretoria da Codesp têm se esforçado para cumprir os cronogramas anunciados, porém, aparentemente a falta de recursos no Governo Federal tem tornado tais necessidades, meras promessas.
Precisamos então lutar para que o Porto de Santos receba o que lhe é devido: os investimentos em infraestrutura aquaviária e viária, várias vezes anunciados e ainda sem certezas de atendimento.
Se o Governo Federal, anunciou, com holofotes, a conquista de R$ 430 milhões somente na primeira etapa das licitações de áreas no Porto de Santos, não pode alegar que não dispõe dos cerca de R$ 470 milhões, que precisarão ser aplicados ao longo dos próximos anos, na dragagem e nas obras viárias.
Se defendemos a valorização das relações porto/cidade, estamos diante de um momento onde cabe à cidade demonstrar ser uma boa parceira, defendendo que os recursos gerados pelo porto sejam disponibilizados para o atendimento de suas necessidades. Neste momento, as necessidades de dragagem e dos sistemas viários.