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Tem que ser heroína

05/03/2016
Tem que ser heroína | Jornal da Orla
Demandas, pressões, discriminações, exigências, cobranças, tudo isso envolve o dia a dia desta mulher, que tem que lidar com a família, com a vida profissional, com ela mesma e até com seus hormônios. Mesmo quando conta com a ajuda do companheiro, é ela quem assume a maior parte das tarefas da casa e os cuidados com os filhos. Ainda que os dois trabalhem e dividam despesas.
 
Há uma distância abissal entre esta nova mulher e a do passado, criada para ser “Amélia”, ou seja, viver sob o jugo de algum homem: primeiro o pai, depois o marido, em seguida os filhos … Mas a conta a pagar é alta.  Estressa-se mais, cansa mais, se culpa mais e, muitas vezes, é mal compreendida pelo universo masculino. A soma de atividades acaba colocando as mulheres em um grupo de risco para os mais variados problemas de saúde.
 
O antídoto para esta situação é adotar um estilo de vida saudável o mais cedo possível e mantê-lo durante toda a vida, o que envolve práticas de saúde preventiva, boa nutrição e controle do peso, recreação, exercícios regulares e, claro, evitar o consumo de substâncias nocivas ao organismo, como a nicotina e excesso de álcool. É importante reservar um tempo do dia para cuidar de si mesma, dedicando-se a atividades de lazer, atividades físicas, cuidados com a aparência ou qualquer outra coisa que lhe traga prazer.
 
Inimigos da saúde mental feminina
A luta feminina pela verdadeira felicidade ainda está longe do seu final, acredita o psiquiatra Joel Rennó Jr. “Vivemos em uma sociedade compressora e massacrante, altamente geradora de estresse, através de padrões preestabelecidos que tentam impedir uma reflexão individualizada. Modelos prontos de felicidade são vendidos por alguns autores de livros de autoajuda. A mídia cria, em algumas situações, estereótipos incongruentes e reducionistas do comportamento feminino. Muitos medos e mitos existem, como temor do envelhecimento, perda da libido e da beleza, risco do envolvimento dos filhos com drogas e violência e o fim do casamento ou relacionamento”, afirma o especialista.
 
Muitas mulheres sofrem por aceitarem tais regras e essas queixas consomem o psiquismo feminino. Para Joel Rennó Jr, o envelhecimento deve ser encarado como uma dádiva. “Rugas e alguma obesidade, independente dos inúmeros e dispendiosos tratamentos estéticos, chegarão cedo ou tarde. O parâmetro de juventude não pode ser considerado apenas pelos atributos físicos e número de anos vividos’, diz. 
 
Por isso, é necessário que a mulher cuide de todos os aspectos da sua saúde. “Procure não se enquadrar nas neuroses da modernidade como a eterna juventude e protótipos de uma felicidade artificial construída sobre um frágil e volátil pilar humano, que só gera angústias e perdas irreversíveis. Entregue-se a um sentimento amplo de amor e paixão pelos seus semelhantes e pelas suas respectivas vidas, aproveitando em doses homeopáticas a mágica dos períodos de transição e envelhecimento. Se precisar, não hesite em procurar uma ajuda especializada em saúde mental”, aconselha o psiquiatra. 
 
O papel dos hormônios
Ao longo do mês, a taxa hormonal do homem é sempre a mesma; na mulher varia conforme o ciclo menstrual. A diferença na regulação dos hormônios produz efeitos onde menos se espera. A mulher tem a necessidade de respirar ligeiramente mais depressa que o homem. Respirar mais rápido, porém, não significa ter mais fôlego. A capacidade pulmonar do homem é que é maior. Isso lhe garante um desempenho melhor, por exemplo, em exercícios aeróbicos.
 
O hormônio masculino, provavelmente pelo mesmo motivo que provoca o desenvolvimento de músculos, torna os ossos mais fortes nos homens. Além disso, comparando-se um homem e uma mulher da mesma altura, pode-se notar que o homem tem pernas e braços mais longos -talvez porque a mulher devesse reservar espaço no tronco para a gestação. Já os ombros femininos são estreitos.
Além de afetar tanto a fisiologia quanto a anatomia de ambos os sexos, os hormônios exercem marcada influência sobre o comportamento. Nas mulheres, parece que a progesterona pode provocar irritabilidade ou melancolia, daí a chamada tensão pré-menstrual quando esse hormônio entra em ação. 
 
Sendo tão diferentes, como homens e mulheres conseguem viver juntos? A explicação está na ação dos andrógenos, hormônios que têm a notável propriedade de provocar algo em comum em homens e mulheres: o desejo sexual. E homens e mulheres quase sempre desejam o sexo oposto – aquele que lhe é tão diferente.