O envelhecimento não é sinônimo de doença, mas o avançar da idade cobra os exageros de toda ordem que foram cometidos ao longo da vida. Má alimentação, estresse, bebidas alcoólicas em excesso, noites mal dormidas, falta de atividade física, poluição, todas são causas que somadas à condição genética provocam as doenças comuns da idade: hipertensão, diabetes, problemas articulares, etc.
Nos dias de hoje, com o envelhecimento da sociedade, mais e mais pessoas têm atingido idades avançadas, acima de 80 ou 90 anos. Muitas dessas pessoas fazem uso de mais cinco medicamentos, com horários bem variados. Além dos medicamentos habituais, é comum fazer uso eventual de medicamentos para doenças agudas derivadas de problemas respiratórios, quedas, disfunções urinárias, intestinais ou outras complicações.
Os idosos podem apresentar limitações auditivas, de visão, perda de memória, comprometimento na compreensão de atividades complexas, além de outros problemas. Por tudo isso pode vir a precisar auxílio para usar corretamente os medicamentos necessários. Nesses casos, o idoso necessita da ajuda de um cuidador, seja ele um parente ou profissional contratado. Os profissionais precisam receber formação adequada para manter boa relação com o idoso, que podem apresentar dificuldades no relacionamento interpessoal.
Há de se considerar que o idoso pode ter algum nível de demência e, portanto, apresentar problemas na comunicação como retardamento no tempo de resposta, déficits sensoriais e flutuações do pensamento. Nesse contexto, os cuidadores de idosos devem ser capacitados para a observação das alterações fisiológicas/patológicas do idoso em uso de medicamentos. E saber escutar.
A escuta é importante porque o idoso pode não entender ou aceitar a sua limitação. É preciso torná-lo cooperante. O Ministério da Saúde publicou, em 2008, o “Guia Prático do Cuidador”, abordando diversos aspectos do cuidado ao idoso de forma simples e abrangente. O cuidador deve ser parceiro do médico.
Os idosos precisam ter um médico de referência, idealmente um geriatra, que centralize as decisões terapêuticas. Essa centralização nas decisões terapêuticas é importante porque, infelizmente, a cada episódio diferente, a cada especialista visitado, é difícil encontrar o profissional que veja o idoso como um ser total. É comum o especialista se ater exclusivamente ao quadro agudo.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.