Comer e beber em Santos

Doce patrimônio santista

19/12/2015
Doce patrimônio santista | Jornal da Orla
*Marco Santana
 
Respeito a tradições consagradas e adição de colheradas de modernidade são os ingredientes que fazem a Joinville ter um público tão fiel. Mais do que uma confeitaria, o lugar tornou-se ponto de referência gastronômica e geográfica (as pessoas não vão à praia do Boqueirão, mas “em frente à Joinville”).

São nada menos que 64 anos de vida, completados dia 10. Durante este período, foram muitas mudanças na sociedade, mas permaneceram o sabor original de delícias como a bomba de chocolate, a torta folhada de morango, o vulcão de rum, o stollen (panetone alemão) e o struddel, além da generosa variedade de bolos e sorvetes. Sem falar nas opções salgadas, como o camarão empanado e o petit four de aliche. No total, são cerca de 70 opções.

A casa chegou a ficar um pouco mais de um ano fechada, por conta das mudanças que o então proprietário implantou, mas que acabaram afastando a freguesia e até mesmo a grande estrela do estabelecimento, o chef confeiteiro José Sudário Dantas. “O dono queria mudar o conceito, o cardápio, o atendimento. E as pessoas cobravam a tradição. Eu fui me aborrecendo, até que não aguentei e saí”, lembra.

Com a reabertura, sob nova direção, em maio, voltaram Sudário e a tradição dos doces feitos com extremo esmero, sem o uso de produtos industrializados ou conservantes. “O glacê, o chantilly, os fios de ovos, tudo é feito aqui”, garante Sudário, que trabalha na Joinville há mais de 30 anos.


Elo sentimental – É a fidelidade às receitas que fazem os doces terem o mesmo sabor de anos atrás e proporcionar aos clientes verdadeiras viagens no tempo e no sentimento. “Tem pessoa que entra aqui e chora, lembra da infância, da época que vinha com a avó”, explica Giovanna Mallegni, que administra a casa, ao lado do noivo, Felipe, e busca deixá-la sintonizada com os novos tempos.

Ela mesma tem uma relação sentimental com o estabelecimento. “Quando criança, eu vinha aqui. E também trabalhei como balconista”, recorda. Do atendimento, ela decidiu abraçar a gastronomia e, após trabalhar no segmento na Europa, fez o curso da prestigiada escola Allain Ducasse Formation. Surgiu a oportunidade e ela não titubeou em assumir a frente da Joinville.

Giovanna acredita no potencial da Joinville de agradar os antigos cientes e atrair novos, principalmente os mais jovens. Para isso, é preciso ter rigor com o sabor e a apresentação. Ela ressalta que um dos trunfos da confeitaria é oferecer os produtos sempre frescos. São vendidos, em média, 600 doces durante a temporada de verão, e 300 no inverno. “A Joinville faz parte da cidade, os seus donos são os santistas”, finaliza Sudário.


 
Confeitaria Joinville – Av. Vicente de Carvalho, 36, próximo ao canal 3. Delivery: 3349-0676.