O futebol brasileiro apresentou nesta semana mais dois capítulos da novela da decadência.
No Pan-americano, a seleção que representava o Brasil foi eliminada, de virada, pelo Uruguai, na semifinal.
Também na semifinal, o Inter de Porto Alegre perdeu o confronto para o Tigres, do México, e adiou o sonho do tri da Libertadores.
Neste ano, já tinha acontecido o fracasso na Copa América, derrota para o Paraguai nas quartas. E no ano passado a maior vergonha da trajetória da seleção, a goleada por 7 a 1 para a Alemanha na Copa.
Alguns dos atletas mais promissores do país estavam no Pan. O Inter, ao lado do Galo, tem um dos dois melhores times do país. É o segundo ano sem brasileiros na final da Libertadores e vale lembrar que os adversários latino-americanos que têm imposto essas derrotas aos brasileiros não estão no topo do futebol mundial, muito longe disso.
O estágio atual do futebol brasileiro escancara o prejuízo que sucessivas gestões de uma cartolagem incompetente e bandalha produziram nos clubes, nas federações e na CBF.
No Peixe, um alento nesta última quinzena. Um time mais estruturado em campo na vitória contra o Figueirense e mesmo na derrota para o Palmeiras. E momentos de bom futebol contra o Sport.
A evolução tem influência do novo treinador, Dorival Junior. Mas também tem a ver com a volta à equipe do volante Renato e de uma postura de liderança em campo visivelmente adotada pelo atacante Ricardo Oliveira nesses três jogos.
Os atletas que vieram da base têm muita qualidade. Mas sentiram muito a saída de Robinho, que coincidiu com a lesão que afastou Renato da equipe. Os dois, mais experientes, davam aos jovens uma confiança que fez falta nesta fase do Brasileiro em que a equipe despencou para a zona de rebaixamento.
A sequência Joinville, Flamengo, Vasco e Coritiba que começa neste domingo na Vila é superimportante e a classificação na Copa do Brasil diante do Sport pode representar a retomada daquela confiança perdida.
NOTAS
Pan 2015
Apesar de estar fazendo um ótimo Pan-americano, momentaneamente em terceiro lugar e à frente de Cuba, o Brasil dificilmente vai conseguir atingir a meta traçada pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Em 2011, o Brasil conquistou 141 medalhas com 48 de ouro. O Brasil ainda tem 41 disputas para somar mais medalhas. Até o fechamento desta edição o país tinha conquistado 121 medalhas, com 34 de ouro. A grande decepção foi o atletismo, que por sinal é o esporte que dá mais medalhas nas Olimpíadas.
Pôquer beneficente
A quarta etapa do BSOP (Brazilian Series of Poker) começou quinta-feira em São Paulo. Os craques dos feltros estarão presentes no hotel Holiday Inn nos próximos dias. A grande novidade da grade é o torneio de pôquer beneficente de Neymar, garoto-propaganda do site PokerStars. O objetivo do torneio, que acontece no domingo às 16h, é arrecadar fundos para o Instituto Neymar Jr. Não vai haver premiação em dinheiro, mas os melhores do torneio ganharão prêmios dos patrocinadores do evento.
Copa Davis
O sorteio da repescagem foi nesta semana. Os jogos serão no fim de setembro e o Brasil vai duelar em casa contra a Croácia para sobreviver na elite mundial do tênis. A Croácia tem 3 jogadores top 100. Além do ótimo Marin Cilic, campeão do US Open ano passado, tem o experiente Ivo Karlovic e o jovem Borna Coric, que vivem bom momento. Forte nas duplas, com Melo e Soares, o Brasil vai precisar de grandes partidas de Feijão e Thomaz Belluci.
Robôs ou pilotos?
O bicampeão mundial de Fórmula-1, Emerson Fittipaldi, entende que os pilotos de F-1 se transformaram em autômatos fora das pistas.
“Deveriam ter liberdade para comentar a verdade sobre o que acontece nas corridas e sobre outros assuntos também. Mas recebem ordens de assessores de imprensa de equipes e de patrocinadores antes das entrevistas sobre o que pode e o que não pode ser dito”.
A declaração do precursor de uma série de grandes pilotos brasileiros pode estar tocando num ponto nevrálgico: a assustadora queda de audiência dos grandes prêmios nos últimos anos.
Brasileirão
A 15ª rodada traz jogos que prometem muitas emoções para os torcedores. Os grandes paulistas jogam no domingo. Às 11h00, o Santos recebe o lanterninha Joinville com o centroavante Nilson no ataque e promessa de bom público na Vila Belmiro. Às 16h, no Morumbi, o São Paulo, sem Ganso e Luís Fabiano, enfrenta o Cruzeiro para tentar apagar a derrota do último final de semana para o Sport. No mesmo horário, o Corinthians, com o mesmo número de pontos do líder, Atlético/MG, visita o Coritiba no Couto Pereira. O Palmeiras tenta manter o embalo e fecha a rodada contra o Vasco às 18h30.
Crise para todos
Os clubes brasileiros vivem em uma profunda crise financeira e isso não é novidade. O São Paulo, que teve prejuízo de R$ 100 milhões em 2014, mostrou mais um capítulo dos desdobramentos dos problemas financeiros que assolam o clube. Nesta semana o Orlando City cobrou uma dívida referente ao empréstimo de Kaká no valor de R$ 13,9 milhões, que chegou a este montante pois o clube não cumpriu diversas cláusulas do acordo. O tricolor contesta e diz que o valor é de apenas R$ 1,7 milhão. A Justiça vai resolver o caso.