Daniel Boaventura, além de ótimo ator da TV Globo, é dono de umas das vozes mais potentes do país. Sucesso no Brasil, lançou o CD e DVD “Your Song”. A qualidade do trabalho trouxe um resultado que o surpreendeu: lotou os shows que fez no México e está entre os dez álbuns mais vendidos por lá, de onde chegou de uma intensa turnê.
Como a música entrou em sua vida?
O primeiro contato com música ocorreu no período em que eu morei nos EUA, entre 78 a 81, com oito anos, e na escola eu tinha que estudar um instrumento. Além disso, minha casa sempre tinha um bom som na vitrola.
Cantar ou atuar, o que prefere?
Um está ligado ao outro. A noção musical – melodia, ritmo e dinâmica – ajuda na interpretação e, as noções de teatro – inteligência espacial, distanciamento, expressão, etc. – ajudam na música.
Aqui, atores que cantam são prestigiados?
Não sei. Não me sinto confortável em fazer um diagnóstico. Posso falar que, no princípio, houve demora para o público assimilar que o cantor que estava por trás daquela música era o ator que conheciam da TV.
Existe preconceito?
Lembro-me, lá no começo da carreira, da discriminação no “sentido oposto”: eu era o cantor que “estava atuando”, mas não chegou a me afetar.
Explique a aceitação que tem como músico?
Estou muito orgulhoso com o resultado, porém…atento. A aceitação no México é espetacular, mas não paro de estudar material, possibilidades musicais e versões novos. O idioma espanhol é um desafio para mim.
O que é estar entre os mais ouvidos do México?
Uma honra. Pois sou, antes de mais nada, um artista brasileiro. Lá, me acolheram cantando em inglês, italiano e até espanhol. Sou muito grato … é uma emoção especial.
Em quem se espelha como artista?
Uma junção de tudo e de todos que já ouvi. Desde grandes crooners a cantores de ópera, de rock, R&B, jazz, MPB, instrumentistas, maestros…