Num dia estressante de trabalho, é comum usar expressões como “estar no limite” ou “a ponto de explodir”. Aparentemente, essas frases parecem não passar do sentido figurado, mas o que pouca gente sabe é que, quando se atinge o nível máximo de estresse profissional é possível entrar num colapso mental grave, semelhante a uma explosão: trata-se da síndrome de Burnout.
Conhecida desde os anos 70, a síndrome de Burnout faz referência ao ato simbólico de “ser consumido pelo fogo” e representa o mais elevado estágio de esgotamento. “Os mais afetados são os chamados workaholics (viciados em trabalho), em especial aqueles que possuem empregos emocionalmente desgastantes”, explica o psicólogo Armando Ribeiro, coordenador do Programa de Avaliação do Estresse da Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Sobrecarga de tarefas, baixa autonomia e excesso de demanda são alguns dos fatores que podem levar ao quadro”, completa o especialista.
Efeitos devastadores – Quando somado a problemas pessoais, o estresse profissional se torna cumulativo e, aos poucos, causa danos emocionais e físicos, além de impactar as relações sociais e afetivas. “Comportamento agressivo, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, ansiedade, depressão e baixa autoestima são algumas das consequências do Burnout. A síndrome também leva à baixa imunidade, e favorece problemas como dores de cabeça, cansaço, suor excessivo, pressão alta, dores musculares, insônia, distúrbios gastrintestinais e outros”, alerta Armando.
Tratamento – Desmotivadas e sob pretexto de falta de tempo, é comum que as vítimas de Burnout percam, aos poucos, o interesse em hobbies e atividades de lazer, entretanto, renunciar a esses hábitos só agrava a situação. “O tratamento da síndrome é baseado em psicoterapia (Terapia Cognitivo-Comportamental), práticas meditativas (conhecidas como mindfulness) e, eventualmente, antidepressivos, mas também preza pelo bem-estar e qualidade de vida”, explica o especialista. “A prática de esportes, exercícios, alimentação saudável, sono regular e, especialmente, momentos de descontração são ações essenciais para se curar”, conclui.
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