Para que a espera por um novo lar deixe de ser algo cansativo, a Coordenadoria de Defesa da Vida Animal de Santos implantou neste mês em sua sede na Zona Noroeste (av. Nossa Senhora de Fátima, 375), uma pista de agility.
Fortalecimento muscular e autoconfiança são alguns dos benefícios dessa atividade que, além de ajudar na socialização dos animais, reduz o estresse e a hiperatividade. E, no caso dos cães abrigados pela Codevida – muitos, vítimas de maus tratos por seus antigos donos – o agility é uma ajuda e tanto!
“Nós decidimos implantar a pista para que nossos cachorros, que apresentam algum quadro, seja de estresse, ou que foram resgatados de situação que comprometia a vida deles, possam se exercitar e melhorar o comportamento para que sejam adotados futuramente”, explica a coordenadora da Codevida, Leila Abreu.
Inicialmente, dez cães foram selecionados para participar de sessões diárias, que têm entre 15 a 20 minutos, com o especialista em comportamento canino Guilherme Victor dos Santos. Ele explica que cada obstáculo tem uma função como, por exemplo, o túnel que faz com que o cão tenha autoconfiança e os aparelhos de salto que, além de fortalecer a musculatura dos peludos, auxiliam para sanar os medos de altura e de subir e descer escadas.
“A primeira cadela a ser treinada é a Dandara, uma mestiça de pit bull e vira-lata, que é muito agitada e hiperativa. Com o agility, ela está mais calma, consegue descansar bastante após os exercícios e até chora quando me vê e sabe que está chegando a hora de ir para a pista”, diverte-se Guilherme.
A pista da Codevida é a primeira da cidade e uma das únicas em órgãos públicos no Brasil a ser utilizada como metodologia terapêutica em animais com desvio de comportamento. “Cachorro não precisa só boa comida e beijos, mas também de atividade física. Este é o melhor carinho que existe para ele”.
A atividade na pista de agility é disponibilizada somente para os cães abrigados pela coordenadoria. Mas quem tiver interesse em conhecer a Codevida e adotar um animal de estimação, deve entrar em contato pelo telefone: 3203-5075.
Modalidade inspirada no hipismo
O agility surgiu na Europa, há cerca de 30 anos, e está no Brasil desde 1995. É um esporte inspirado no hipismo, em que o cão, orientado por seu dono ou adestrador, executa um percurso com vários obstáculos. O cachorro deve finalizar o percurso em curto tempo e com menor número de faltas. Segundo Guilherme, qualquer cão pode praticar o esporte, a não ser que haja alguma restrição médica, como problemas cardíacos, por exemplo. “Não importa a raça, porte ou peso. Quem optar por realizar sessões com o seu cão deve procurar um profissional qualificado, que indicará os exercícios ideais para o animal”, explica.
Para praticar o esporte, o cachorro precisa aprender primeiro os comandos básicos de obediência que, aliados ao treinamento e adestramento, fazem com que ele fique mais obediente e atencioso. A melhora no condicionamento físico exigida pelos exercícios também contribui para a saúde e longevidade dos animais, reduzindo o sobrepeso e ansiedade.
Os obstáculos do agility são compostos por saltos em altura e a distância, passarela, rampa ‘A’, gangorra, túneis, mesa, pneu e slalom (sequência de estacas em que o cão deve passar em movimento de zigue-zague) e são dispostos em distâncias que variam de 5 a 7 metros e são numerados de acordo com a sequência que devem ser abordados.
O Agility no Brasil é regulamentado pela Comissão Brasileira de Agility, que promove campeonatos em vários estados, em categorias para cães iniciantes até veteranos. Entre as raças que mais concorrem estão o Border Collie e Pastor de Shetland.