Uma conversa de duas pessoas que amam a cidade de Santos, que nutrem uma intensa paixão pela música e pelos vinhos e que trabalham para que as coisas aconteçam por aqui.
Um ano se passou daquele encontro e graças à iniciativa de um amigo comum, o baterista e líder da banda “After Midnight”, o querido Emilson (Nuno) Colantonio, eu e Gugu Barbosa, nos reaproximamos.
A proposta do projeto é ousada e tem uma visão de longo prazo, pretendendo reativar a cena musical da cidade, infelizmente, muito apagada nos últimos anos.
A cidade de Santos perdeu seus principais espaços musicais e, atualmente, o público adulto, a partir dos 35 anos, têm poucas e raras opções de entretenimento. Como alternativa, a Rodovia dos Imigrantes, sentido São Paulo.
A Piccola Forneria é uma referência gastronômica na cidade, possuindo uma característica diversificada: restaurante, bistrô e espaço para eventos. A partir de agora, abrirá espaço para música, pelo menos uma vez por semana. E isso, é só o começo.
No cardápio musical que vamos apresentar, destaque para o Jazz, Bossa Nova, Blues e MPB, com atrações de alto nível e sempre diferentes a cada encontro, criando uma expectativa crescente. E o ambiente também será propício para participações especiais, as conhecidas “canjas” e haverá também um espaço para o lançamento de novos talentos, que serão selecionados para pequenas apresentações nas aberturas e nos intervalos dos shows.
A estreia do projeto acontece na quinta-feira, dia 30, das 20h00 às 23h00, apresentando um repertório de Bossa Nova. Depois, nas quintas-feiras, dia 13/11, comemoraremos o terceiro aniversário da Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz, com uma apresentação de Swing Jazz e, no dia 27/11, o Blues ganhará espaço.
Encerrando esta primeira etapa do projeto, no dia 2/12, excepcionalmente uma terça-feira, a MPB terá destaque. A partir de janeiro de 2015, muitas novidades.
O Projeto “Música na Piccola” é uma realização da Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz e Piccola Forneria. Apoios: Jornal da Orla, Saudade FM, Soléo Pianos, Laticínios Marcelo e Bodegas Nieto Senetiner.
Till Bronner – “Rio”
O CD “Rio”, lançado no ano de 2009, pelo selo Verve, foi para mim, uma das grandes surpresas dos últimos anos.
E mais uma grande prova de que o Jazz convive muito bem interligado e harmonizado com a Bossa Nova.
O trompetista e cantor alemão Tim Bronner é um músico experiente e conseguiu realizar um antigo sonho pessoal de deixar registrado seu amor e admiração pelo nosso criativo gênero musical.
E conseguiu também a façanha de reunir um time de músicos de alto nível: Milton Nascimento, Sergio Mendes, Annie Lennox, Vanessa da Mata, Luciana Souza, Melody Gardot e Kurt Elling são alguns dos nomes selecionados, além de outros talentosos músicos brasileiros que fizeram parte da “cozinha” de base de acompanhamento.
O timbre suave do trompete e a voz surpreendente de Till Bronner soaram muito bem no repertório escolhido, composto por 13 faixas impecáveis. Os temas “Mistérios”, “Só Danço Samba”, “Ela é Carioca”, “Café com Pão” e “Bonita” chamaram a minha atenção pela beleza das interpretações e pela sonoridade.
Um CD que reforça a tese de que a música é uma linguagem universal que une países, culturas e gêneros musicais de uma forma simples, espontânea e natural.
L.A. Transit – “De Novo”
O mercado japonês é fanático pela música brasileira, principalmente pela Bossa Nova e pelo Jazz.
No ano de 1986, foi lançado o CD do grupo L.A. Transit, com o título “De Novo”, pelo selo Nippon Columbia/Interface.
Os músicos que fizeram parte do trabalho são alguns dos mais renomados de Los Angeles, inclusive com a participação de alguns músicos brasileiros que estão radicados nos Estados Unidos há muitos anos, como o saudoso Oscar Castro Neves e o genial percussionista Paulinho da Costa e a cantora Gracinha Leporace.
Um CD raro e que tem nítidas influências da sonoridade atemporal do também brasileiro, e atualmente quase americano, Sergio Mendes.
Você vai se deliciar com as gravações de “Mas que Nada”, “Wave”, “Zazueira”, “How Insensitive”, “Água de Beber” e “Tristeza”, revisitados com arranjos modernos, assinados pelos japoneses com muito bom gosto e alta tecnologia.
A produção do disco ficou por conta dos festejados produtores Daihachi Kojima e Kazuo Yoshida, fanáticos pela sonoridade do Brasil.
E também merece destaque as participações do saxofonista Tom Scott, do guitarrista Paul Jackson Jr., do contrabaixista Abraham Laboriel e do baterista Alex Acuna. Um time de músicos de muito respeito e qualidade.