A cor rosa dá o tom ao mês que se inicia e que é conhecido como Outubro Rosa, movimento internacional de conscientização e prevenção do câncer de mama, o segundo tipo mais comum em todo o mundo e o mais frequente em mulheres. De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), só este ano mais de 57 mil novos casos devem ser diagnosticados no Brasil.
Em Santos, várias atividades estão programadas ao longo do mês e prédios importantes da cidade receberam iluminação rosa, como forma de chamar atenção para a campanha. A iluminação especial decora as fachadas do prédio da Prefeitura, do Fundo Social de Solidariedade, da Pinacoteca Benecdito Calixto, as palmeiras da av. Ana Costa, a Praça da Independência, a Memorial Necrópole Ecumênica e o monumento do Peixe na entrada da cidade.
No dia 19, às 11h, será realizada a 5ª edição da Caminhada do Outubro Rosa, que percorrerá a orla da Ponta da Praia. A programação inclui ainda palestras, encontros, passeios de bonde, ação de conscientização durante o ‘Música no Centro’, no Praiamar Shopping e no Instituto Neo Mama. Além da oferta de 2.500 exames de mamografia para mulheres acima de 40 anos, a Secretaria de Saúde montou mutirão em todas as unidades básicas e de saúde da família, que até o final do mês vão orientar sobre a detecção precoce da doença e a solicitação do exame.
Diagnóstico precoce salva vidas
A importância de estimular a detecção precoce do câncer de mama é confirmada em números: enquanto a taxa de mortalidade total é de cerca de 15%, nos casos detectados precocemente os índices de cura são superiores a 95%.
A presidente do Instituto Neo Mama, Gilze Francisco, faz um apelo às mulheres. “Saiam da zona de conforto e façam a mamografia. Isso é fundamental”. O mastologista Guilherme Novita lembra que acima de 40 anos a mamografia é indispensável. Segundo ele, algumas mulheres têm maior propensão a desenvolver a doença. “O principal fator de risco para o câncer de mama é a existência de outros casos desse tumor ou de câncer de ovário na família, principalmente em parentes próximos (mãe ou irmã) e com aparecimento antes dos 50 anos”. Há outros fatores importantes, mas de menor impacto, como exposição a doses altas de radiação, ausência de gravidez até os 30 anos, uso de terapia hormonal, abuso de álcool e peso elevado.
Tratamento – O tratamento do câncer de mama sempre envolve cirurgia. Em casos detectados precocemente, não há a necessidade da retirada total da mama (mastectomia), apenas a remoção do tumor. “Infelizmente, em diversos casos detectados tardiamente, de modo geral em tumores com mais de cinco centímetros, a mastectomia é a única opção. E a reconstrução da glândula mamária pode ser realizada no mesmo momento da cirurgia”, indica o mastologista. Alguns casos necessitam de tratamentos complementares, como radioterapia ou medicações (quimioterapia ou bloqueadores hormonais), mas isso varia de acordo com o tipo de tumor e características da pessoa.
Redução de riscos – O médico oncologista José Rodrigues Pereira aponta algumas medidas que podem reduzir o risco de câncer de mama: a amamentação pode reduzir o risco em 4,3% para cada 12 meses dessa prática. A ingestão de alimentos ricos em fitoestrogênios, como soja (isoflavona) e as frutas (lignanas), também pode ter efeito protetor, assim como a prática de atividade física regular e controle do sobrepeso na pós-menopausa. Além disso, deve-se evitar o uso de terapia de reposição hormonal na menopausa por período prolongado e a ingestão de grandes quantidades de álcool.
Memorial adere à campanha
Nesta segunda-feira (6), às 17h, a presidente do Instituto Neo Mama, Gilze Francisco, fará palestra para as funcionárias da Memorial Necrópole Ecumênica, na capela do prédio da av. Nilo Peçanha, 50, no Marapé. Também serão distribuídos bottons com laço cor de rosa, símbolo da campanha Outubro Rosa. No dia 18, às 17h, será realizado culto ecumênico, conduzido pelo padre Claudio Sherer, da Igreja Imaculado Coração de Maria, com apresentação do projeto Música Transformando Vidas. O evento é aberto ao público.