Neste domingo, 29 de junho, a Ponta da Praia completa 47 anos, mesma data em que se comemora o Dia de São Pedro, o Apóstolo Pescador. E não há acaso nisso. A Ponta da Praia surgiu com a vocação natural para a pesca e mesmo nos dias de hoje, com a sofisticação que adquiriu e que tornou o lugar um dos mais valorizados da cidade, a atividade pesqueira é um setor que caracteriza o bairro.
Além de sediar o atracadouro de embarcações e o próprio Terminal Pesqueiro de Santos (TPS), o mercado da Praça Gago Coutinho e a Rua do Peixe concentram o comércio de peixes e frutos do mar, atraindo moradores de outros bairros e muitos turistas. E ainda há espaço para a pesca amadora, no píer e na mureta da avenida da praia.
Qualidade de vida
É um bairro rico em história e natureza, que começou a ser povoado no final do século 19. No passado, era um terreno alagadiço ocupado por chácaras de imigrantes japoneses. A data de aniversário refere-se à oficialização de sua nova configuração pela Lei 3485/67, já que também englobava o bairro da Aparecida.
Hoje tem como vizinhos o Estuário (separados pela av. Afonso Pena) e a própria Aparecida (pelo Canal 6). Sua pequena praia proporciona a melhor vista do mar na orla de Santos, tendo como pano de fundo a histórica Fortaleza da Barra e os navios que cruzam o canal.
Hoje a Ponta da Praia é sinônimo de bem viver devido à infra-estrutura invejável, comodidade e praticidade. O bairro concentra importantes atrações turísticas, equipamentos esportivos, de lazer e ampla rede de serviços usufruídos pelos mais de 30 mil moradores e outros milhares de santistas e turistas que frequentam o lugar. Nos últimos tempos, o boom imobiliário vivido na cidade vem transformando o cenário local, com o surgimento de torres de apartamentos e sofisticados condomínios fechados, mas ainda há espaço para a simplicidade em algumas de suas ruas.
Bairro turístico
É na Ponta da Praia que se localiza o Aquário Municipal, a atração mais visitada da cidade e a segunda do Estado (perde apenas para o Zoológico de São Paulo), os museus de Pesca, do Mar e Marítimo, o Deck do Pescador, o Mercado do Peixe, o ferry-boat que faz a travessia para Guarujá, a Ponte Edgard Perdigão (Ponte dos Práticos), de onde partem as embarcações para a reserva ecológica da Laje de Santos e as barquinhas para a Fortaleza da Barra.
O bairro conta ainda com o Complexo Esportivo Rebouças, ciclovia e é referência dos esportes náuticos e das canoas havaianas, concentrando um grande número de competições esportivas ao longo do ano. Para quem gosta de música, é imperdível o projeto Chorinho no Aquário, que acontece todos os sábados, às 18h. O Jardim das Artes, exposição de pinturas de artistas locais, é outra atração dos finais de semana.
Na temporada de verão a Ponta da Praia ganha uma nova atração: o vaivém dos transatlânticos, que passam próximo à mureta da calçada, atrai gente de muitos lugares que vem a Santos acompanhar o embarque de familiares nos cruzeiros marítimos ou apenas apreciar o movimento.
Clubes, uma tradição que se renova
Durante décadas, os clubes da Ponta da Praia garantiram o glamour da orla marítima do bairro, com seus bailes, festas, campeonatos esportivos. No carnaval, o tradicional Banho da Dona Doroteia era a sensação dos foliões, com seus blocos patuscos e não-patuscos. São agremiações muito antigas, criadas com o objetivo de promover o desenvolvimento dos esportes aquáticos, já que o remo era a modalidade pulsante da época.
Com o tempo, Regatas, Vasco e Saldanha, cada um à sua maneira, sentiram os efeitos do esvaziamento de seus quadros associativos. Após enfrentar um longo período de turbulência, o terreno do Regatas Santista servirá para um empreendimento imobiliário; outros escaparam da crise (caso do Saldanha, Internacional de Regatas e do Clube de Pesca, na Ilha das Palmas), e o Vasco da Gama se reinventou ao erguer nova e moderna sede após parceria com a iniciativa privada.