A cantora paraense, Rita Lima, faz grande show no Teatro Guarany, na sexta (9). Considerada como “a voz da MPB”, Rita já participou de festivais importantes como o “Prêmio da Música Popular Brasileira”. Natural da cidade de Belém, ela iniciou suas atividades de canto aos 13 anos, como corista de Igreja. Estudou canto popular com Patrícia Escobar na Universidade Livre de Música -Tom Jobim-SP e Canto Lírico com o Maestro Éden Marcos Teixeira. Desde que foi revelada no “Prêmio Eldorado-Visa de MPB”, a cantora vem realizando diversos shows pelo Brasil e no exterior. Recentemente gravou um DVD ao vivo no Hotel Royal Tulip São Conrado, no Rio de Janeiro, com um apanhado da sua carreira e que em breve será lançado no mercado. Em Santos, a apresentação terá início às 21h, com entrada franca (ingressos devem ser retirados uma hora antes do show). Confira a entrevista que a cantora deu à equipe do Jornal da Orla:
Jornal da Orla – Como a música entrou na sua vida? Cantar no coral da Igreja quando você era pequena, lhe trouxe alguma experiência marcante que a levou a seguir na cena artística?
Rita Lima – A música entrou na minha vida através da minha mãe e o meu pai. Minha mãe sempre cantava em casa e meu pai tocava violão e sempre cresci num meio musical. Eu venho de uma família muito humilde e religiosa onde fui introduzida na igreja e devido a minha musicalidade precoce entrei para o coral da igreja. Ali, confesso que aprendi muito o canto. Os corais de igreja são responsáveis por muita formação de grandes artistas, não só no Brasil como em diversos países, especialmente nos Estados Unidos. Com meu pai aprendi os primeiros acordes de violão (que continuam sendo os mesmos até hoje). O dom do canto veio então daí, da igreja e, lógico, depois aperfeiçoei ele estudando Canto Lírico e na ULM-Tom Jobim em SP.
JO- Em que momento da sua vida você decidiu viver profissionalmente da música?
Rita – Aos 17 anos ressolvi que queria me profissionalizar. Felizmente tive a boa sorte de ser chamada na época para ser a primeira voz da maior banda do norte do País e agarrei com unhas e dentes a oportunidade. Gravei meu primeiro “vinil” e me abriu muitas portas com artistas famoso. Assim comecei a fazer back vocals para eles. Cheguei assim ao sudeste, em São Paulo, no Moacir Franco Show, para participar do programa. Aí as coisas tomaram outra dimensão e nunca mais abandonei a música.
JO – A indicação do seu trabalho em diversos prêmios importantes do cenário musical brasileiro, como o Prêmio Eldorado e o Prêmio da Música Brasileira lhe trouxeram algum legado?
Rita – Chegar a ser finalista do Premio Eldorado-Visa, foi uma surpresa inspiradora… Me inscreveram nesse prêmio à força e ter chegado na final me fez cair na real de que existia alguma coisa muito boa dentro de mim que me levou a pensar na possibilidade de vislumbrar um trabalho solo. Afinal de contas, estava concorrendo com os feras da MPB e Jazz. Gravei CD solo na Toca do Bandido, no Rio de janeiro, onde o George assumiu a produção do mesmo e, para mais uma grata surpressa, o CD foi selecionado para o Prêmio da Musica Brasileira. Aí me convenci de que estava no caminho certo, mas a luta está apenas comecando, já que no Brasil a arte em si é extremamente difícil, mas confesso que sou muito feliz por fazer parte dessa luta. Poderia falar que o legado talvez seja nunca desistir e dar sempre o máximo.
JO – Como foi o lançamento do seu CD em Santos e o processo de seleção do repertório das músicas do disco?
Rita – Apesar do projeto se entitular Rita Lima, ele conta com grandes parcerias. Ficamos uns meses selecionando as músicas, dentre próprias e versões. Resolvemos buscar músicas que tivessem a ver conosco, que nos disessem alguma coisa, para ficar à vontade na hora de executá-lo. Certa noite, chegou o George com muitas novidades musicais e fui escolhendo o que mais me agradava. Teve até músicas prontas que apenas faltavam as letras e eu mesma acabei roubando e apoderando da música, até trocar e refazer toda a letra, como o caso de “Adeus”, uma Bossa Jazz fantástica de George e Marcyn. Uma grande surpresa foi “Tão vital”, que eu particularmente adoro! Ela surgiu em casa sem instrumentos nenhum. Apenas a melodia e letra numa viagem de climas de harmonia que conduziram a gente a finalizá-la no estúdio na hora de gravar. Dentre outras canções do CD, fizemos uma releitura do “Último dia”, de Paulinho Moska, que acabou gentilmente cedendo a música. Resolvemos fazer o lancamento do CD também em Santos, devido a grande terra que nos acolheu por dois anos e onde tive a felicidade de ter meus dois filhos gêmeos que são santistas. Assim, esta terra tem um grande significado para mim e não descarto a possibilidade de voltar a morar um dia.
JO- Como foi a recente experiência de gravar o primeiro DVD Ao Vivo da sua carreira na cidade do Rio de Janeiro?
Rita – A experiência foi maravilhosa, apesar de todas as dificuldades devido ter sido um DVD independente. O DVD ainda não foi mixado e deverá sair apenas no final do ano. Fiz questão de gravar o mesmo, no Rio de Janeiro, por ser uma cidade que sempre nos inspirou no nosso trabalho. Realmente, a cidade é inspiradora e possui uma atmosfera maravilhosa. Aqui nos realizamos musicalmente!
JO – Para o show em Santos, o que podemos esperar de Rita Lima?
Rita – Preparamos um show muito interessante, com músicas pincatas a dedo para um público de bom gosto e exigente como é o público santista. Tenho certeza que vão gostar. O show consiste em músicas do cd atual, musicas do proximo CD que já estamos gravando e algumas surpresas muito boas .
JO – Gostaria que você falasse um pouco da super banda que vem te acompanhar neste show.
Rita – Custou muito esforço chegarmos a esta formação fantástica que vem me acompanhando a um bom tempo! Marcio Mazza na bateria, Franklin Gama no contrabaixo, Therciano Albuquerque no piano, Roberto Malaguti na percussão e George Durante nos violões. Cada músico tem basicamente uma influência diferente e assim cada um contribui com elementos diferenciados nos arranjos que são concebidos por mim e pelo George, porém com a participação de toda a banda. Temos o Mazza, que veio de muito tempo do pop, rock e jazz. Franklin, que talvez seja o mais carioca de todos no seu estilo, já que, além do contrabaixo, toca Bandolim. Therciano, que vem do Jazz. George, que vem da musica Latina e MPB e o Malagutti que por muito anos ficou com Tim Maia e Jorge Benjor. A segurança que eles transmitem no palco chega a impressionar.
JO – Os projetos musicais de Rita Lima para 2014?
Rita Lima – Lançaremos o DVD no fim do ano. Estamos atualmente gravando o segundo CD e teremos, no segundo semestre do ano, várias participações em festivais como o Festival de Jazz de Ouro Preto-MG, Festival Lusofono que ocorrerá no Rio de Janeiro, Lisboa, Angola e Timor leste e diversos shows pelo país.
Ficha Técnica:
Show Musical “Rita Lima” & Banda
Lançamento de CD
Gênero: MPB
Dia: 9 de maio de 2014 – 6a. Feira
Horário: 21h
Local: Teatro Guarany – Praça dos Andradas, 100 – Centro – Santos/SP
Duração: 90 minutos
Classificação: Livre
Ingressos gratuitos (retirados na bilheteria do teatro uma hora antes do show)
Informações: 3024-8020
Realização: TRIO Produções Culturais
Apoio: Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz, Jornal da Orla – 40 anos, Engenharia de Habilidades, Soléo Pianos, Cantina Liliana e Central de Fretes