Há um ditado muito conhecido no Nordeste do país, segundo o qual “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Mas no Brasil atual, com todos os avanços que de fato ocorreram, continua valendo a lei do mais forte, enfim o poder do dinheiro ou de quem ocupa cargo de grande importância.
Dos privilégios na cadeia dos condenados pelo escândalo do mensalão aos donos de mansões nas praias da costa brasileira, todos usufruem de benefícios que são negados aos cidadãos comuns, aqueles que deixam mais de 1/3 de sua renda anual para os governos – municipal, estadual e federal, sem a devida contrapartida em serviços públicos.
Foram o descaso, a má utilização dos recursos públicos e o deboche de boa parte da classe política que irritaram a população brasileira e motivaram a incrível onda de protestos que ultrapassou as fronteiras nacionais em junho de 2013. Os políticos de início se assustaram, ficaram mais cautelosos, mas tão logo os protestos perderam força eles, com as poucas exceções de sempre, voltaram a aprontar.
O cidadão de bem é desrespeitado porque os políticos acreditam que o brasileiro tem memória curta, sequer lembra em quem votou nas últimas eleições. Grande empresas também fazem o que querem simplesmente porque mantêm uma relação promíscua com o poder – o financiamento de campanha, declarado ou não, e a corrupção deslavada são uma moeda de troca com excelente resultado para os dois lados – menos para o contribuinte, é claro.
Todas as leis são descaradamente atropeladas pelos poderosos de plantão que confiam na impunidade e no poder do dinheiro. Nem disfarçam mais. Vejam o exemplo (mau, é claro) do presidente da FIESP, CIESP, Sesi e Senai, Paulo Skaf, que entope as TVs de comerciais mostrando a “preocupação” das entidades com a educação no Brasil. Com cabelo implantado e tingido de preto, ultrapassa o ridículo o presidente de entidades tão importantes, sendo garoto propaganda de comerciais de TV, de olho na eleição para governador, onde já é pré-candidato declarado. Haja paciência!