
O café é o segundo produto mais comercializado no mundo. Só perde para o petróleo. O preço do café está nas alturas por conta da seca e da quebra de safras internacionais, mas nada é capaz de afetar o hábito de degustá-lo. O Brasil é o maior produtor e a cidade de Santos ocupa um lugar especial na história do café. O Porto de Santos, o maior da América Latina, é um dos principais pontos de exportação do grão brasileiro. Durante o auge da produção cafeeira, no final do século XIX e início do século XX, Santos foi o coração da comercialização do café, concentrando grandes armazéns e negociadores. Marco dessa época é a Bolsa Oficial do Café, inaugurada em 1922, onde eram fechados negócios milionários. Hoje, o edifício abriga o Museu do Café, um dos pontos turísticos da cidade.
Um pouco de história
A história do café data do século IX, na Etiópia, onde, segundo reza a lenda, um pastor percebeu que suas cabras ficavam mais ativas após mastigar frutos vermelhos de um arbusto. A notícia sobre os efeitos estimulantes da fruta se espalhou, chegando aos monges, que começaram a preparar infusões com os grãos para manter-se despertos durante as orações. A bebida logo se popularizou na Península Arábica, dando origem ao que conhecemos como café e ganhou o mundo. No século XVII, chegou à Europa e rapidamente, caiu no gosto do consumidor, através de cafeterias que se multiplicaram em cidades como Londres, Paris e Viena. Acredita-se que a popularização do café impulsionou o Iluminismo na Europa.
O café e seus sabores
O café é uma bebida complexa, com sabores e aromas que variam conforme a origem dos grãos, o método de cultivo, a torrefação e o preparo. Existem mais de 120 variedade, mas duas são mais valorizadas: Arábica, conhecida pelo sabor suave e aromático, e a Robusta, que tem maior teor de cafeína, sabor intenso e amargo.
Os métodos de preparo também influenciam no sabor final. Do espresso ao café coado, passando por métodos como French Press, Aeropress e Cold Brew, cada técnica extrai diferentes nuances. Além disso, o café pode ser apreciado puro ou combinado com leite, chocolate, sorvete, especiarias e até bebidas alcoólicas.
Café e saúde
O produto é tema frequente de estudos científicos e suas propriedades geram debates acalorados. Em geral, o consumo moderado de café (até 3 a 4 xícaras por dia) é considerado seguro e pode trazer benefícios à saúde. A bebida é rica em antioxidantes, que ajudam a combater os radicais livres e reduzem o risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e Parkinson. Além disso, a cafeína melhora a concentração, o humor e o desempenho físico. Estudo da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, com 40 mil adultos, sugere que o café matinal é mais saudável. O excesso de café, entretanto, pode causar efeitos colaterais, como insônia, ansiedade, taquicardia e irritação estomacal. Pessoas sensíveis à cafeína ou com condições médicas específicas devem consumir a bebida com moderação.
O cardiologista Luiz Antônio Machado César, do Instituto do Coração de São Paulo, no entanto, contesta o resultado da pesquisa americana. Para ele, poucas pessoas consomem a bebida somente pela manhã e os estudos anteriores, que comprovaram os benefícios do café para a saúde, dificilmente chegaram à essa conclusão usando apenas participantes que o bebiam em um só horário. De qualquer forma é uma boa notícia para os 60+, que são habitues das padarias da Baixada Santista e tomam café com frequência, para alimentar o bate-papo sobre Neymar ou simplesmente para jogar conversa fora.
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