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Livro de Alcindo Gonçalves faz uma viagem ao passado

11/01/2025
Livro de Alcindo Gonçalves faz uma viagem ao passado | Jornal da Orla

“É um livro que eu escrevi com coração e sentimento”.

Desde criança, Alcindo Gonçalves ouvia histórias de sua família e sempre teve a curiosidade de saber de onde veio. Durante a vida foi reunindo histórias, fatos e datas. Ele que já tem uma produção literária vasta ligada a ciência política, nos últimos ano resolveu encarar o desafio de escrever um livro de ficção, a obra “A xícara de prata”.

Ele realizou uma pesquisa detalhada, mostrando a trajetória de seus antepassados no Brasil. Eles eram artistas de teatro, algo pouco comum no século XIX radicados da França. A narrativa começa com a história desses artistas após receberem um convite para virem atuar no Brasil, no teatro Alcazar Lírico, famoso no Rio de Janeiro.

Durante o romance, aventuras e tragédias vividas pela família durante a vinda ao Brasil são retratadas. Eles que vieram de outro país, se chocaram com a realidade do Brasil escravo naquela época.

Alcindo dedicou seus dois últimos anos escrevendo este livro. Ele visitou o Rio de Janeiro e outros locais para encontrar pistas que registrassem a trajetória desses familiares. Apesar dos fatos e de seus antepassados, há alguns personagens e situações frutos de sua imaginação.

Ele ressalta que a obra não é um livro de história, embora tenha referências interessantes e importantes sobre o teatro no Brasil na segunda metade do século XIX, mas sim a narrativa de uma família que viveu naquele período.

Apesar de todos os personagens terem sua importância, Alcindo escolheu como personagem central da narrativa seu trisavô, Francisco Escudero. Ele era bailarino, coreógrafo, mestre de balé e mimica. Durante suas pesquisas descobriu que Francisco também era um criador de espetáculos. Vários espetáculos que eles fizeram foram produzidos por ele.

Além desses personagens Alcindo coloca personagens importantes que viveram na época como Marieta Baderna e Eugênia Câmara.

Ele cita que naquela época o Brasil era tomado pela escravidão, pelos preconceitos e o conservadorismo. “É importante observar o quanto eles eram criticados. Machado de Assis por exemplo, publicou um artigo em uma revista dizendo que aqueles espetáculos eram um absurdo, uma indecência. Esse era o Brasil do século XIX”.

O lançamento de “A xícara de prata”, de Alcindo Gonçalves será amanhã, 11 de janeiro, às 16h, na Pinacoteca Benedicto Calixto – Av. Bartolomeu de Gusmão, 15, Boqueirão, Santos com entrada gratuita.