Na última quinta-feira(31), o caso Marielle Franco teve um desdobramento, os assassinos foram condenados no Conselho de Sentença do 4º Tribunal do Juri do Rio de Janeiro. Ronnie Lessa teve uma sentença condenada a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão. Élcio de Queiroz foi condenado a 59 anos, 8 meses e 10 dias. Ambos são ex policiais militares e são réus confessos.
Marielle Franco era vereadora da cidade do Rio de Janeiro e depois que saiu de um evento no bairro da Lapa, foi alvejada, junto com seu motorista, Anderson Gomes. Ambos foram mortos a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30 do dia 14 de março de 2018. Eles estavam acompanhado de outra passageira, a assessora da vereadora, Fernanda Chaves, primeira testemunha a depor no júri dos ex-policiais militares.
Na leitura de sua sentença, a magistrada afirmou que a: “a Justiça por vezes é lenta, cega, torta, mas chega até apara os acusados que acham que jamais serão alcançados pela Justiça”.
“A sentença lida agora talvez não traga a justiça. Justiça seria que o dia de hoje não tivesse acontecido. Talvez justiça fosse Marielle e Anderson presentes. Dizemos que vítimas do crime do homicídio são aqueles que ficam vivo tendo que sobreviver no esgoto que é o vazio de viver sem aquele que foi arrancado do seu cotidiano” disse a juíza na sentença.
O promotor de Justiça Fábio Vieira classificou como “farsa” o depoimento de Lessa e Élcio diante do júri, na noite desta quarta-feira, e afirmou que os réus não estão arrependidos, mas sim tristes por terem sido pegos. Os promotores do Ministério Público também destacaram o sangue frio com que o ex-PM relatou o crime.
O primeiro dia do juri aconteceu 2.422 dias após 14 de março de 2018, quando Marielle e Anderson foram mortos. Detalhes marcantes de todo esse tempo foram revisitados pelas famílias e amigos das vítimas. Diante do Fórum do Tribunal de Justiça do Rio, manifestantes de movimentos sociais se juntaram a parentes das vítimas em um protesto, carregando faixas e girassóis. No lado de dentro, nove testemunhas prestaram depoimentos, alguns comoventes, cheios de lembranças. O caso Marielle não só expos os assassinos, como também mostrou que a justiça foi feita, mesmo que anos após o caso.