Polícia

Entenda o quociente eleitoral e por que nem sempre o candidato mais votado é eleito

07/10/2024
Divulgação/Prefeitura de Santos

Nas eleições municipais, muitos eleitores se perguntam por que um candidato a vereador, apesar de ser bem votado, não conquista uma cadeira na câmara, enquanto outro, com menos votos, é eleito. Isso ocorre por causa do quociente eleitoral — um mecanismo que define a distribuição das vagas de acordo com os votos recebidos pelos partidos ou coligações.

O que é o Quociente Eleitoral?

O quociente eleitoral é o número de votos válidos necessários para que um partido ou coligação conquiste uma vaga na câmara de vereadores. Esse número é calculado dividindo o total de votos válidos na eleição pelo número de cadeiras disponíveis na câmara.

Por exemplo, em uma cidade com 100 mil votos válidos e 20 cadeiras disponíveis na câmara de vereadores, o quociente eleitoral será de 5.000. Isso significa que, para cada 5.000 votos, um partido ou coligação conquista uma cadeira.

Como as cadeiras são distribuídas?

A primeira etapa da distribuição das cadeiras é verificar quantos quocientes eleitorais cada partido ou coligação atingiu. Se um partido obteve 10 mil votos, ele conquistaria duas cadeiras (10 mil votos ÷ 5.000 = 2 cadeiras).

Entretanto, nem sempre o partido consegue completar outro quociente inteiro. Quando isso acontece, a distribuição das vagas restantes é feita com base no quociente partidário e nos votos que “sobram”. Por isso, um candidato com muitos votos pode não ser eleito se seu partido não alcançar o quociente eleitoral necessário para garantir a cadeira.

Por que nem sempre o mais votado é eleito?

A grande questão que confunde os eleitores é o fato de que o sistema eleitoral brasileiro é proporcional, o que significa que as vagas na câmara de vereadores são distribuídas entre os partidos com base no total de votos que eles recebem, e não apenas nos votos individuais de cada candidato.

Assim, um candidato muito bem votado pode não ser eleito se seu partido não conseguir o quociente eleitoral necessário para garantir uma cadeira. Por outro lado, um candidato com menos votos pode ser eleito se o partido ao qual ele pertence alcançar o quociente eleitoral, mesmo que ele não tenha sido o mais votado entre os concorrentes.

Esse sistema reforça a importância de se votar não apenas no candidato, mas também no partido que ele representa. Ao escolher um partido com boas chances de atingir o quociente eleitoral, o eleitor aumenta as chances de seu candidato conquistar uma cadeira.

Em resumo, o quociente eleitoral é o responsável por equilibrar a representatividade das diferentes forças políticas, permitindo que partidos com menor expressão individual, mas com grande apoio coletivo, consigam eleger representantes.